Um homem foi preso na manhã deste sábado (16) tentando fugir na rodoviária de Belo Horizonte após matar um casal de idosos e o seu cachorro no bairro São Marcos, na região Nordeste da capital. O motivo do duplo assassinato seria um desentendimento familiar. Luciano Enderson de Oliveira, de 46 anos, é casado com uma sobrinha das vítimas e confessou o crime. À Polícia Militar (PM), ele disse que estava sendo acusado injustamente de ficar olhando para a filha do casal enquanto ela tomava banho.
O crime aconteceu na sexta-feira (15). O suspeito, que mora em uma casa vizinha à do casal, no mesmo lote, teria entrado na residência das vítimas à procura da filha deles, de cerca de 30 anos. A mulher não estava em casa e então Oliveira teria enforcado a mãe dela, Matilde Francelina Correia Gonçalves, de 69 anos, e afogado o cachorro da família dentro da máquina de lavar.
Enquanto esperava a chegada do pai da garota, Jasone Gonçalves, de 71 anos, o suspeito teve tempo de esconder o corpo de Matilde dentro da estrutura de uma cama box, que cobriu com cobertas. Quando Gonçalves chegou em casa, Oliveira já o aguardava com uma faca em mãos. Os dois entraram em luta corporal, e Oliveira conseguiu derrubar a vítima. O homem teria batido a cabeça no chão e desmaiado. Aproveitando que ele estava desacordado, o suspeito teria lhe dado 17 facadas.
Os corpos foram encontrados no fim da tarde pela filha e um primo. Inicialmente a família achou que apenas o pai, que estava estirado no chão da cozinha, tinha sido morto. A perícia esteve na casa e só após sua saída a mãe e o cachorro foram achados. Abalada, a família suspeita que o crime tenha sido premeditado.
“Ele (Oliveira) ficava mostrando a genitália para ela. Isso para um pai é desconfortável, e aí o pai foi tirar satisfação”, contou um parente das vítimas, sob anonimato.
A faca usada no crime foi encontrada pela PM após o próprio suspeito informar que a havia lavado e guardado na cozinha. Em sua casa, a PM apreendeu uma garrucha calibre 22 e um punhal.
Luciano Enderson de Oliveira foi encontrado por volta de 8h, pela Guarda Municipal de Belo Horizonte na rodoviária, tentando fugir para a casa de uma irmã, em Sete Lagoas. Ele tinha cortes nas mãos e ainda usava as mesmas roupas do dia anterior, todas sujas com o sangue da vítima.
“Fomos solicitados pelos vigilantes da rodoviária para abordar um suspeito com as vestes todas ensaguentadas. Ele estava sozinho no saguão e, em um primeiro momento, falou que tinha se machucado em uma briga de bar na região. Mas algumas mensagens já circulavam em grupos de Whatsapp da Guarda (relacionando-o com o crime), e ele acabou confessando”, explica o subinspetor Jean Leroy, da Guarda Municipal de Belo Horizonte.
Segundo o subinspetor, Oliveira, que nunca havia sido preso, disse estar arrependido do crime. Ele foi levado à Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Centro Sul, onde recebeu pontos nos cortes das mãos e supercílios, antes de ser encaminhado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan).
Oliveira não quis conversar com a reportagem do Super, mas, à Polícia Militar (PM), alegou que a filha do casal o estava acusando de olhar para ela em momentos de intimidade. O pai da mulher teria procurado Oliveira em um bar e o ameaçado de morte caso voltasse a olhar para a moça. Inconformado, ele teria ido até a casa da família com a intenção de matar a mulher.
Segundo o tenente Antônio Marcos Batista dos Santos, da PM, o casal já tinha sido ameaçado pelo suspeito. “A família informou que o desentendimento já vinha de uns 20 dias”, completou.
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