Grafiteiros traduzem fé e esperança em painel gigante em frente a catedral de BH

Um grande painel de grafite é pintado, neste sábado (19), em frente à obra da Catedral Cristo Rei, na avenida Cristiano Machado, no bairro Juliana, na região Norte de Belo Horizonte. Com imagens que inspiram a fé, a esperança e a solidariedade, o painel com 149 metros de largura e 2,20 metros de altura, chama a atenção de quem passa pelo local.

Os grafites são feitos por nove artistas - Binho Barreto, Carol Jaued, Stephany Fênix, O Barba, Nica Dias, Hely, Sérgio Ilídio, Tot e Tão - e reúnem imagens de ações sociais mantidas pela Igreja Católica e representação da religiosidade mineira. Além disso, levam mensagens de esperança, inspirando gestos de solidariedade. 

Um dos trabalhos está sendo feito pelo artista visual Binho Barreto, de 46 anos, que há 26 anos espalha sua arte pela capital. A pintura feita por ele retrata um pássaro gigante distribuindo flores.

“A arte trabalha com símbolos e metáforas. Estou trazendo uma metáfora a partir desse pássaro, distribuindo flores por onde ele passa, como se essas flores simbolizassem os sentimentos positivos, a empatia, o cuidado com o outro, que são valores universais que participaram das principais religiões e práticas espirituais. Então, é como se essas flores fossem algo para lembrar as pessoas dos sentimentos positivos e do cuidado com si mesmo e com o próximo. E o pássaro passa deixando os lembretes por onde ele circula”, diz.

Segundo o padre Alexandre Fernandes, da Catedral Cristo Rei, a ideia desse mural é promover a solidariedade e cultivar a fé nas pessoas. “Queremos abrir os corações e as mãos em gestos e ações de solidariedade. E também contribuir na disseminação da esperança por meio da arte e das cores. A igreja sempre valorizou a arte e a cultura. Por isso nasceu a ideia de fazer um painel margeando toda a construção da Catedral Cristo Rei”, disse.

Os temas retratados no painel são contemporâneos e partilhados com os
artistas. “São temáticas vinculadas à solidariedade, à esperança, à espiritualidade, à padroeira do Estado de Minas Gerais, Nossa Senhora da Piedade, e à própria valorização do conjunto arquitetônico do arquiteto Oscar Niemeyer”, explica o padre.