Reividicação à reitoria

Grupo de alunos recolhe assinaturas contra ocupação da PUC

Segundo um dos estudantes, a assembleia que decidiu pela ocupação não ouviu muitos estudantes que gostariam de ter aulas

Sex, 04/11/16 - 12h20

Um grupo de alunos contra a ocupação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), ocorrida na noite desta quinta-feira (3), estão recolhendo assinaturas para entregar para a reitoria da universidade na noite desta sexta-feira (4). Eles já conseguiram 549 assinaturas de alunos contrários a ocupação.

“A assembleia que decidiu pela ocupação não contou com a participação de muitos estudantes que são contrários a atitude. Além disso, quando os estudantes contrários iam falar, durante a assembleia, os que eram a favor não ouviam e ficavam gritando”, reclamou o estudante de economia Leonardo Franqueira, 23.

Segundo ele, a ocupação está tirando a possibilidade de ensino de quem está pagando por isso. “O meu prédio não está ocupado, mas quem está no acampamento faz tanto barulho que os professores não estão conseguindo dar aula e isso é muito prejudicial para a gente”, afirma Franqueira.

Ainda segundo o estudante, o intuito é que sejam recolhidas mais assinaturas contrárias a ocupação na tarde desta sexta para uma conversa com a reitoria em favor da desocupação. “Pedimos a carteirinha de algumas pessoas e descobrimos que muitas delas nem são alunos da PUC”, contou o estudante.

Sobre a ocupação


Cerca de 70 alunos da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) ocuparam na noite desta quinta-feira (3) o prédio do Instituto de Ciências Humanas (ICH), no campus Coração Eucarístico, na região Noroeste de Belo Horizonte, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 55/2016), que tramita no Senado.
Os estudantes da instituição decidiram pela ocupação depois de uma assembleia realizada com alunos de diversos cursos na tarde desta quinta.


Universidade apoia

O assessor da reitoria da PUC Minas para assuntos estudantis, professor Renato Martins, afirmou à reportagem de O TEMPO que a instituição de ensino apoia a ocupação dos estudantes, mas com uma ressalva: eles não devem atrapalhar a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece neste fim de semana (5 e 6 de novembro).

“A PUC apoia a ocupação. É um movimento nacional de todos os setores da educação contra essa PEC. Esse tipo de movimento tem o apoio tanto da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) quanto da reitoria da PUC. Se a ocupação permanecer tranquila, não vai ter problema algum dos estudantes ficarem aqui. Inclusive é bom que esse tipo de coisa aconteça na PUC para trazer o debate para dentro da faculdade e promover a ocupação dos espaços”, salientou Martins. "A única coisa que a PUC quer é preservar o espaço para a realização do Enem. Pelo o que conversamos não vamos ter problema algum quanto a isso”, concluiu.

A PEC DO TETO

Aprovada no dia 25 de outubro, em segundo turno, na Câmara dos Deputados, a PEC é uma das principais propostas do governo Michel Temer para reequilibrar as contas públicas. A proposta é a de estabelecer um teto para os gastos dos três poderes pelos próximos 20 anos.
 

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