Avenida Pedro I

Há erros de cálculo nos projetos dos viadutos, diz promotor

Sudecap terá que assumir responsabilidade se houver problema, afirma Eduardo Nepomuceno; Presidente do Ibape diz que não há risco de queda dos viadutos

Sex, 17/04/15 - 18h39

As vistorias nos projetos dos viadutos da avenida Pedro I apontam para necessidade de reforço de ferragem e concreto, troca dos sistemas de amortecimento e realização de novos testes de carga nos viadutos João Samaha, Oscar Niemeyer e Monte Castelo. O Ministério Público apresentou no fim de tarde desta sexta-feira (17) o resultado do estudo feito pela empresa RCK, contratada pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) para revisar os projetos dos demais viadutos da via.

Na avaliação do promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno, os estudos apontam que houve, sim, erros de projetos e não são necessárias apenas correções para uma atualização das regras construtivas  para dar maior segurança. "Há erros de cálculos e o estudo revela uma preocupação que não é compatível com uma simples atualização. Porém, a Sudecap diz que não há risco, então ela está assumindo a responsabilidade se houver qualquer problema nesse período."

Problemas detectados

No caso do viaduto Monte Castelo, os problemas são no comprimento das estacas e, a princípio, a medida a ser tomada é fazer novos testes de carga. Já no viaduto Oscar Niemeyer, faltou aço na ponta dos pilares e nos blocos de sustentação e por isso a estrutura precisará passar por reforço nesses equipamentos. No João Samaha será preciso colocar novos aparelhos de apoio, que são equipamentos de borracha que amortecem o impacto do tráfego de veículos, além de fazer ajustes nas ferragens que fazem a sustentação do vão do viaduto.

Sem risco de queda

Apesar dessas intervenções previstas, o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias em Engenharia (Ibape-MG) afirma que não há riscos de queda dos viadutos. Ele explica que essa diferença de análise é em função de atualizações das normas de construção. "Não há erro. Foram comparadas  duas metodologias distintas e por isso há essa diferença, mas não há risco de quedas. Como a prefeitura pagou para fazer a vistoria, ela quer aproveitar as informações para já atualizar o modelo de construção desses viadutos e aumentar a vida útil", afirmou.

Antes de tomar alguma medida sobre os novos problemas nos viadutos, o promotor Eduardo Nepomuceno quer firmar uma parceria com a UFMG para fazer uma análise independente do resultado das vistorias.

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