Na av. Pedro I

Homem com sinais de embriaguez atropela e mata motociclista

Suspeita é que motorista de 64 anos ainda estivesse em alta velocidade; vítima era porteiro e estava indo trabalhar. Ele deixa mulher e duas filhas de 6 e 2 anos

Dom, 02/08/15 - 09h09

Do lado da moto batida, Geisiane Santos estava desolada, com o olho inchado, cheirando a roupa do marido que acabara de morrer. Ela olhava como se não acreditasse que teria que reaprender a viver sem o porteiro Gleison Adriano Dayrell, de 33 anos, pai de suas duas filhas de 6 e 2 anos. A motocicleta que ele pilotava foi atingida por um carro dirigido por um motorista embriagado. Além da imprudência, a morte de Gleison na madrugada deste domingo (2) veio simbolizar a insegurança da vida sobre duas rodas num domingo de comemorações do Dia do Motociclista na capital.

O porteiro saiu cedo de casa, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, e seguia para o prédio onde trabalharia no bairro Gutierrez, região Oeste da capital. Segundo a Polícia Militar, por volta das 5h deste domingo, Gleison foi atingido na traseira por um Renault Sandero quando estava parado no sinal na avenida Pedro I, esquina com a rua Padre Pedro Pinto, no bairro São João Batista, em Venda Nova.

O motorista do carro, de 64 anos, estava com sinais claros de embriaguez, conforme a PM, e ainda há suspeita de alta velocidade devido as marcas de frenagem na pista. O veículo teria arrastado a moto Honda CB 300 e Gleison não resistiu ao impacto, morrendo na hora.

"Você vê menino novo fazendo esse tipo de coisa, mas ele (o motorista) era um senhor de cabeça branca já, mais velho do que eu", desabafou o também porteiro Geraldo Antônio Dayrell, 62, pai de Gleison, que ainda estava "meio aéreo" sem saber o que fazer, acocorado no chão. Ele estava resolvendo questões burocráticas como enterro e transporte da moto batida. Na manhã deste domingo, a mãe de Gleison, que ainda não tinha conhecimento da morte do filho, passou mal e foi levada para o hospital quando soube apenas do acidente.

Imprudência

Com hálito etílico forte e olhos vermelhos, o motorista confessou à PM que tinha bebido em uma festa, naquela noite, em Vespasiano, na região metropolitana. No entanto, ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi encaminhado para a Delegacia de Plantão do Detran para prestar depoimento. Aos militares ele disse não ter visto a moto.

"O cara se comportava como se nada tivesse acontecido, mas ele vai ter que pagar, por bem ou por mal", indignou-se o primo da vítima, Davidson Alves Coelho, 36. Gleison trabalhava em dois serviços como porteiro e estava juntando dinheiro para comprar uma casa.

Evento teve palestra sobre segurança

Durante as comemorações do Dia do Motociclista, uma palestra sobre Segurança no Trânsito e direção preventiva alertava a turma das duas rodas. A 8ª edição do evento na Arena BH, no bairro Santa Terezinha, na Pampulha terminou com shows de rock – entre eles da banda Tia Anastácia, além de feira de acessórios para moto e estandes das fabricantes. Pela manhã, cerca de 1.000 motociclistas saíram da praça da Estação, no Centro de BH, em direção ao evento na Pampulha, que recebeu pelo menos 10 mil visitantes de sexta à domingo.

Atualizada às 15h28

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.