Paulo VI

Homem é preso após polícia descobrir 'fábrica de dinheiro' em casa de BH

No imóvel do suspeito foram localizados R$ 16 mil em cédulas falsificadas de R$ 5, R$ 10, R$ 20 e R$ 50

Por Carolina Caetano / Laura Maria
Publicado em 02 de maio de 2019 | 21:50
 
 
Homem foi preso com dinheiro falso Foto: PMMG/divulgação

Um homem, de 36 anos, foi preso nesta quinta-feira (2) depois que a Polícia Militar descobriu uma "fábrica de dinheiro" casa dele, no bairro Paulo VI, na região Nordeste de Belo Horizonte. No imóvel do suspeito, que chegou a dizer que era bacharel em Direito, foi localizada a quantia de R$ 16 mil em cédulas falsificadas.

"Fazíamos patrulhamento na área quando nossa equipe se deparou com ele, que demonstrou nervosismo ao avistar a viatura. Em conversa com a gente, o homem apontou uma casa da rua e disse que morava lá. Nesse momento chegou um outro homem que se apresentou como tio dele. Nós conversamos com os dois separados, e o tio disse que o sobrinho ficava uma vez ou outra no imóvel, mas morava na rua debaixo. Pensamos que se ele estava mentindo a residência poderia ter alguma coisa lá", explicou o tenente Felipe Soares, do 16º Batalhão. 

Antes que militares entrassem no imóvel, o suspeito fez questão de frisar que morava lá com a companheira e nada de ilícito seria encontrado. No entanto, conforme consta no registro policial, no guarda-roupas do quarto dele foi localizada uma caixa de impressora que continha diversas notas com números de séries semelhantes e moldes para cópias de notas. 

"Durante a revista, achamos moldes de notas de R$ 5, R$ 10, R$ 20 e R$ 50.  Também encontramos várias notas já cortadas, e o que chamou a nossa atenção foi a semelhança com notas verdadeiras. Ele ainda apontou uma gaveta que tinha mais material. Além disso, achamos alguns envelopes de depósitos bancários com lotes separados com quantias que chegavam a R$ 1 mil", detalhou o policial. 

Clipes de funk ostentação

No primeiro momento, em sua defesa, o homem afirmou que as notas seriam vendidas para Mestre de Cerimônias (MCs) para produção de clipes de funk ostentação. Além disso, o suspeito disse que usaria um carimbo para que as notas fossem reconhecidas como falsas. No entanto, o suspeito não disse quem seriam os compradores e não mostrou nenhum carimbo.

"Ele chegou a mencionar isso, mas desconversou. Depois se limitou a dizer que produzia as notas sozinho, mas não deu detalhes de quanto tempo fazia isso e como usava esse material", disse o tenente. 

No imóvel foram apreendidos uma impressora usada para produzir o material e o  o CPU de um computador. O homem, que tem registro policial por ameaça, uso e consumo de drogas, foi encaminhado à Polícia Federal. A reportagem de O TEMPO aguarda um posicionamento da corporação. 

Bacharel em Direito

Durante o registro da ocorrência, o homem disse aos policiais que era bacharel em Direito e trabalhava em um escritório de advocacia na capital mineira. No entanto, não apresentou nenhuma carteira de identificação e não falou o nome do local em que prestava os serviços.

No site do Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB/MG) não consta o nome do homem como inscrito na ordem, o que foi confirmada pela assessoria do órgão. 

"A gente faz o patrulhamento constante ali no Paulo VI e foi a primeira vez que registramos uma ocorrência com um volume tão grande de notas. A gente percebe que algumas pessoas tentam passar notas falsas em comércios da região, mas não dessa proporção. Essas notas apreendidas passariam despercibidas falcilmente por pessoas leigas. Esse crime tem uma pena prevista de três a 12 anos de reclusão", finalizou o policial.

Fique atento! 

O site do Banco Central do Brasil disponibiliza informações para que possa ser identificada uma cédula falsa. Veja os principais os elementos de segurança, conforme o banco:

** Nas cédulas da segunda família do real, verifique a Marca-d'Água, o Número Escondido, a Faixa Holográfica (nas notas de 50 e 100 reais) e o Número que Muda de Cor (nas notas de 10 e 20 reais). Sinta também o Alto-Relevo.

** Nas notas da primeira família verifique a Marca-d'Água, a Imagem Latente e o Registro Coincidente. Verifique também o Relevo.

O que fazer ao receber uma cédula suspeita

** De um terminal de auto-atendimento ou caixa eletrônico: 

Dentro de uma agência bancária e durante o expediente
 Encaminhar-se ao gerente da agência para pedir providências de pronta substituição. Se não obtiver solução satisfatória com o gerente do banco, o cidadão pode procurar uma delegacia policial mais próxima para registrar uma possível ocorrência.

** Fora de uma agência ou do horário do expediente bancário

Na primeira oportunidade, dirigir-se ao gerente de sua agência bancária para pedir providências de pronta substituição. Se não obtiver solução satisfatória com o gerente do banco, o cidadão pode procurar uma delegacia policial mais próxima para registrar uma possível ocorrência.

** em uma transação do dia a dia:

Se você desconfiar da autenticidade de uma nota após observar os elementos de segurança ou comparar com outra cédula legítima, você pode recusá-la. É importante sempre recomendar ao dono do exemplar suspeito que procure uma agência bancária para encaminhamento da nota para ser analisada pelo Banco Central.

Crime

De acordo com o Código Penal, a falsificação é crime com pena que varia de três a 12 anos. Conforme o Banco Central do Brasil, "quem tentar colocar uma cédula falsa em circulação depois de tomar conhecimento de sua falsidade, mesmo que a tenha recebido de boa fé, pode ser condenado a uma pena de 6 meses a 2 anos de detenção".

 

Matéria atualizada às 12h38 do dia 03/05/2019