DENTRO DE IGREJA

Homem que matou pastor é condenado a mais de 22 anos de prisão

O crime aconteceu no início deste ano, porque o condenado queria roubar um carro para viajar para o Espírito Santo e acabou encontrando o pastor indo para a igreja

Sex, 22/08/14 - 17h56

O homem que matou o pastor Charles Vidal de Souza, de 34 anos, dentro da Igreja Universal do bairro Céu Azul, na região de Venda Nova, no início deste ano, foi condenado a 22 anos e cinco meses de prisão em regime fechado. A decisão foi divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), e a sentença do juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira foi publicada pela 5ª Vara Criminal na última terça-feira (19).

O crime aconteceu no dia 10 de janeiro, quando o condenado, Reinanno Francisco de Oliveira, de 45 anos, decidiu que precisava roubar um carro para ir ao Espírito Santo, onde tem um lote. Morador de Contagem, ele estava no Céu Azul para visitar a mãe. Ao sair da casa dela, ele viu o pastor saindo do carro que usava pela igreja e entrando no local.

Como não havia ninguém na igreja além do pastor, ele anunciou o assalto e levou a vítima até o escritório. Charles teve as mãos amarradas com uma fita adesiva, mas quando Reinanno tentou amarrar os pés dele, a vítima reagiu e o atingiu com um soco. Os dois entraram em luta corporal e o suspeito deu um tiro que atingiu a coxa do homem. Eles continuaram a briga até Reinanno conseguir atingir o pastor com um tiro na nuca.

Em seguida, ele fugiu, levando o carro da igreja e o celular do pastor. A intenção era ir até o Espírito Santo com o carro, mas quando passou por Bocaiúva, no Norte de Minas, lembrou que não tinha dinheiro para a gasolina e voltou para Contagem.

As investigações começaram quando o suspeito abandonou o veículo roubado em Contagem, ao se assustar com uma viatura da Polícia Militar. Na pressa, ele deixou documentos dele no carro, assim como uma nota fiscal de uma compra. Desta forma, foi possível identificá-lo e chegar até a casa dele.

Reinanno foi preso em abril quando saía de casa para fazer compras. Ele resistiu à prisão e levou um tiro no pé, para que fosse contido. O suspeito estava foragido desde 2009, e já tinha passagens pela polícia por diversos crimes: furto, roubo, lesão corporal, tentativa de homicídio e latrocínio.

Apesar de ter assumido na fase policial que matou o pastor para roubar o carro e ir para o Espírito Santo, na audiência de instrução Reinanno negou os fatos e mudou sua versão, alegando que teria adquirido o veículo de um terceiro e que nem conheceu a vítima.

Ao analisar o processo, o juiz considerou suficiente as provas e ainda as duas confissões anteriores na fase policial e observou que no interior do veículo, abandonado dias depois na cidade de Contagem, foi encontrada a nota fiscal de pagamento para o celular dele, além de um par de tênis que assumiu ser o dono.

Desta forma, o juiz concluiu que o denunciado cometeu o crime de latrocínio consumado, previsto no artigo 157 do Código Penal. Ao estabelecer a pena, o juiz considerou ainda desfavorável a existência de outros processos criminais do acusado e as consequências do crime concretizando a pena em 22 anos e 5 meses em regime inicial fechado. Ele determinou ainda que o réu aguarde preso pela fase de recurso.

Reinanno permanece detido no presídio de São Joaquim de Bicas. A decisão ainda cabe recurso, já que é de primeira instância. 

Com informações do TJMG. 

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