Astolfo Dutra

Hospital cria sala para emergências 

Unidade foi fechada em 20 de maio por falta de estrutura e de profissionais

Qua, 25/06/14 - 03h00
Sala de estabilização vai funcionar durante 24 horas por dia | Foto: Reproducao: Facebook

Completamente fechado desde 20 de maio, o Hospital Olyntho Almada, em Astolfo Dutra, na Zona da Mata, terá uma sala para atendimento de pacientes de urgência e emergência. A chamada sala de estabilização foi a saída encontrada nessa terça pela prefeitura e por representantes da unidade para minimizar os prejuízos aos moradores, uma vez que esse é o único hospital da cidade.

A unidade foi interditada pela Vigilância Sanitária da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Leopoldina devido ao déficit no quadro de funcionários e à falta de infraestrutura e de equipamentos, em desacordo com exigências do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Desde então, os atendimentos de urgência e de emergência estão sendo encaminhados para Cataguases e Ubá, a mais de 25 km de Astolfo Dutra.

Presidente da unidade, João Rodrigues disse que tem recebido reclamações da população, e que muitas pessoas não podem viajar para as cidades vizinhas para ser atendidas. “O hospital é a única opção de atendimento médico para muita gente. Estamos batalhando para que ele volte a atender em breve”, disse.

“O hospital faz muita falta na cidade. Hoje (nessa terça) uma pessoa sofreu um infarto e teve que ser levada para Cataguases. É um perigo”, disse a dona de casa Rita de Oliveira, 58, com medo de precisar de atendimento de urgência.

Prazos. Ainda não há previsão de instalação da sala de estabilização, mas a secretária de Saúde da cidade, Luiza Marilac, está otimista. “Dependemos de procedimentos burocráticos, mas a intenção é abrir o mais rapidamente possível”. Segundo ela, nova reunião está marcada para a próxima sexta-feira para efetivar o andamento da documentação.

Luiza informou que as despesas serão custeadas pela prefeitura, a partir de complementação de recursos já repassados para o hospital. Segundo ela, ainda não há previsão de quando o hospital vai voltar a funcionar, apesar de parte das exigências do MPMG e da vigilância ter sido cumprida. O órgão exigiu, entre outras mudanças, expansão de equipamentos e da equipe. O responsável pela GRS de Leopoldina não foi encontrado para falar sobre o cumprimento das exigências.

Saiba mais
Estrutura.
A sala de estabilização vai custar cerca de R$ 140 mil, segundo levantamento prévio da Secretaria de Saúde, menos que o custo mensal de manutenção do hospital. Serão disponibilizados um médico, um enfermeiro, um técnico de enfermagem e uma faxineira, além de servidores administrativos.

Perfil. Com 36 leitos, o hospital atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A unidade depende totalmente de doações e do repasse de recursos feitos pela prefeitura, que totalizam cerca de R$ 50 mil por mês.

Escassez. Presidente do hospital, João Rodrigues, informou que o dinheiro recebido não é suficiente para cobrir a demanda de atendimento e de cirurgias na unidade.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.