NOVO CRUZEIRO

Idoso usa as próprias muletas para matar primo que o chamou de 'corno'

Crime aconteceu na casa do suspeito; agressor foi preso em uma plantação de milho com um pote de veneno no bolso

Ter, 13/01/15 - 06h48

Um homem de 54 anos foi assassinado pelo primo a golpes de muletas, nessa segunda-feira (12), em Novo Cruzeiro, no Vale do Mucuri. Na versão do suspeito, o crime aconteceu depois que a vítima o chamou de “corno”.

Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, José Maria Batista estava na casa do agressor, localizada na zona rural da cidade, conversando com o idoso de 78 anos quando, por motivo não esclarecido, eles começaram a discutir.

Durante a briga, o criminoso pegou suas duas muletas e atingiu o rosto de Batista. Não satisfeito, ele ainda pegou mais dois pedaços de madeira e o atingiu no tórax. A vítima morreu na hora e foi deixada na sala do autor.

Militares estiveram no local e conseguiram localizar o agressor em uma plantação de milho nos fundos do imóvel. No bolso da sua camisa, militares encontraram uma substância semelhante a chumbinho, veneno usado para ratos.

Ao ser preso, ele confessou o crime. Na sua versão, o amigo, além de lhe chamar de corno, teria lhe dito vários palavrões. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, o detido confessou o crime no depoimento, alegando que o primo chegou em sua casa embriagado e estaria "enchendo o saco" dele.

Ele foi autuado por homicídio qualificado e levado para o Presídio de Novo Cruzeiro. O delegado já concluiu o inquérito, que foi despachado ao juiz que decidirá se o suspeito continua preso ou não. 

“Eles eram primos de segundo grau e foram criados juntos”, diz madrinha da vítima

Além de primos, os homens sempre foram amigos. Segundo a madrinha de Batista, a dona de casa Terezinha Dias de Oliveira, de 80 anos, os dois foram criados juntos. “Somos praticamente da mesma família. Eles sempre tiveram uma boa relação e, constantemente, se encontravam para bater papo”, contou a idosa.

De acordo com ela, o suspeito usava a casa da zona rural para descansar. No momento do crime, o agressor e o suspeito estavam sozinhos no imóvel. “Nenhum parente sabe o que aconteceu. Os dois costumavam beber quando estavam juntos. Não sei se teve alguma história de traição para o 'Zé Maria' chamar o outro de corno”, disse Terezinha.

Batista morava e trabalhava na zona rural. Ele vivia na região com nove filhos, com idade entre 2 e 14 anos, e com a companheira, que tem problemas psiquiátricos. Além da tristeza pela morte do homem, dona Terezinha também lamentou a prisão do agressor.

“Ele tem problemas de saúde, não aguenta mais trabalhar. Já pedi para um dos filhos dele ir à delegacia e olhar se o pai está precisando de alguma coisa. Ele não é má pessoa. Foi coisa de momento”, desabafou.

O corpo de Batista será sepultado na tarde desta terça-feira (13).

Atualizada às 18h04

 

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