Combate

Incêndio na Ceasa destrói lojas e espalha fumaça tóxica

Fogo começou às 12h30, e expectativa dos bombeiros era passar a noite apagando pequenos focos

Qui, 07/09/17 - 13h08

Um incêndio de grandes proporções atingiu um pavilhão com 12 lojas na Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (7). Por conta do feriado, o local estava fechado e ninguém se feriu. Mas muita gente do lado de fora inalou a fumaça tóxica da queima de materiais como agrotóxicos e plásticos de embalagens.

Já os prejuízos materiais foram milionários, segundo lojistas. O teto desabou e mais da metade do pavilhão foi destruído, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Comerciantes e funcionários assistiram a tudo desolados.

O fogo começou por volta das 12h30, no meio do pavilhão G1, um dos mais novos da Ceasa. Cerca de uma hora depois, ainda chegava o reforço necessário para que o Corpo de Bombeiros conseguisse fazer frente às chamas, que eram altas e se alastravam rapidamente.

O fogo parecia incontrolável. Dez viaturas e cerca de 30 bombeiros participavam do combate. Alguns, em solo, usavam mangueiras de água e havia apoio de uma grua que disparava jato de água do alto. Às 19h, as chamas ainda não tinham sido controladas e a expectativa da corporação era continuar no local durante toda a noite para combater pequenos focos.

Desolação. Quem acompanhava mais de perto, como funcionários e lojistas, comentou que o fogo teria se iniciado em uma loja de frutas e verduras. Mas a informação não foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros. O que se sabe é que o estande de frutas foi um dos primeiros a ser destruído, assim como um de embalagens plásticas e utensílios domésticos. Lojas de pneus e defensivos agrícolas também foram atingidas.

O dono de um box de bebidas estava desesperado vendo as chamas se aproximarem do seu estabelecimento e nem conseguiu falar com a reportagem.

Em um dos pontos mais dramáticos do incêndio, quando o fogo era alto e a fumaça preta formava uma grande mancha no céu, a água da grua foi cortada por alguns minutos para desespero de comerciantes. O tenente do Corpo de Bombeiros Jader Júnior não foi encontrado para explicar o porquê do corte, mas antes disso informou que estava fazendo todo o possível para combater o fogo. “Estamos tentando preservar as edificações que não foram atingidas e os veículos”, declarou o tenente.

Risco. Uma área de 800 m foi isolada pelos bombeiros durante o combate às chamas. Como não há casas perto da Ceasa, não há risco de que moradores inalem a fumaça tóxica.


Saiba mais

Rescaldo. A presença de material combustível que reage com água dificultou o trabalho das equipes. As causas do incêndio ainda serão apuradas. O Corpo de Bombeiros passou a noite fazendo o rescaldo.

Outro caso. Em dezembro de 2015, um incêndio destruiu parte de um galpão onde funcionava o banco de caixas para transporte de alimentos da Ceasa.


Comércio

Valor do seguro não seria suficiente para cobrir prejuízos

O incêndio trouxe incerteza e insegurança para quem atua na CeasaMinas. Comerciantes dizem que têm seguro contra esse tipo de perda, mas o valor da cobertura seria baixo e insuficiente para recompor o comércio. A reestruturação também levará tempo e coloca em risco o emprego de muita gente. “Só de mercadoria na minha loja, eu tinha entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões”, afirmou Antônio Inácio da Silva, dono da loja Bolão, de miudezas em geral, como embalagens plásticas e utensílios domésticos.

Um funcionário da loja de frutas que estava em chamas temia perder o emprego. “A gente já anda preocupado com essa crise, agora mais isso. Não sei quando poderei voltar a trabalhar”, afirmou o carregador.

O dono da loja de defensivos agrícolas, Guilherme Henrique, ficou tão revoltado com o incêndio que começou a gritar na grade contra a falta de segurança na Ceasa Minas. “Isso aqui é um absurdo. Não tem um fiscal para ficar no pavilhão no feriado e garantir a segurança das lojas. A unidade do Corpo de Bombeiros que tinha aqui foi fechada”, declarou Henrique.

A CeasaMinas negou que a unidade dos bombeiros tenha sido fechada. Segundo a assessoria de imprensa, o posto estava funcionando na hora que o fogo começou, e os bombeiros atuaram rapidamente. A CeasaMinas não deu detalhes sobre o incêndio, mas informou que há vigias 24 horas no local.

A fumaça preta, que toma conta do céu da região, podia ser vista a uma longa distância. O leitor Valdecir Reis gravou a situação vista de sua casa, no bairro Guanabara. Assista:  

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Atualizada às 23:48