Uma doença incômoda, que provoca depressão e é capaz de levar as pessoas ao isolamento. Assim é a incontinência urinária " liberação involuntária da urina " que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge 15% da população mundial em alguma fase da vida.
Para tentar difundir as formas de tratamento e cura da moléstia, a Sociedade Brasileira de Urologia, seção Minas Gerais, promove neste sábado uma campanha no Minas Shopping, em Belo Horizonte.
"Boa parte das pessoas acha que é natural sofrer de incontinência urinária quando passa dos 50 anos, ou soltar urina quando ri muito, ou carrega peso. Só que isso não é normal, pode ser tratado e curado. A pessoa que tem esse problema deve, sim, procurar um médico", alertou o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia em Minas Gerais, Luiz Otávio Torres.
De acordo com ele, urologistas vão passar o próximo dia 13 no shopping distribuindo panfletos que explicam as várias causas do problema e formas de tratamento.
A causa mais comum para a incontinência, segundo Torres, é a flacidez da musculatura perineal que atinge principalmente mulheres que já tiveram vários partos naturais.
"Muitas ficam com vergonha de procurar ajuda. Como ficam com as roupas constantemente molhadas, acabam se isolando das pessoas. Mas, além de medicamentos, há cirurgias que podem ser feitas e acabam com o problema", disse.
Próstata
Outro caso é observado em homens com problema na próstata " glândula masculina situada abaixo da bexiga. Depois de se submeter a uma cirurgia de correção do tamanho ou retirada de tumores na próstata, segundo o médico, é comum que os pacientes sofram de incontinência urinária por uns dias.
"Quando a próstata cresce muito, geralmente comprime a bexiga provocando seu esvaziamento involuntário. Isso pode ser corrigido com cirurgia", explicou.
Mas há também casos em que não há tratamento indicado, como as incontinências provocadas por doenças cerebrais como o mal de Alzheimer ou acidentes vasculares cerebrais, que causam a deterioração das funções cerebrais.
Criança
Crianças e adolescentes que urinam na cama com frequência não sofrem de incontinência urinária. De acordo com Torres, eles sofrem de enurese noturna " tipo de doença provocada pela falta de amadurecimento do sistema urinário ou por problemas emocionais.
"Na maioria dos casos, o problema se resolve naturalmente com o tempo. À medida que crescem, os órgãos começam a funcionar adequadamente", explicou. Uma das características que diferencia a enurese das demais doenças que provocam incontinência urinária é que ela não é diária.
Na maioria das vezes, de acordo com o especialista, a criança urina na cama quando muda de ambiente ao dormir ou quando é exposta a alguma mudança em sua rotina. No caso da incontinência urinária, a perda involuntária de urina acontece em várias ocasiões do dia e é muito mais frequente.
"Esse tipo de problema pode ser corrigido com a ajuda de um psicólogo ou com o uso de medicamentos. Mas, nesses casos, a perda involuntária de urina acontece somente durante o sono. Nos períodos de vigília, ou seja, quando estão acordadas, as pessoas não têm esse problema", afirmou.
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