CASO PAPINI

Jovem que agrediu universitário na saída de boate é preso novamente

Acusado foi preso em seu apartamento onde mora com a família, no Belvedere

Ter, 06/12/16 - 21h41

Em cumprimento a um mandado de prisão preventiva expedido nesta terça-feira (6) pela Justiça, o delegado Flávio Grossi, da 4ª Delegacia de Polícia do Barreiro, prendeu o estudante Rafael Batista Bicalho, de 19 anos, acusado por tentativa de homicídio qualificado - motivo fútil e impossibilidade de defesa da vitima - contra o estudante de medicina Henrique Papini, no dia 7 de setembro deste ano, próximo à boate Hangar, no bairro Olhos D'Água, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.

Segundo o delegado, o mandado de prisão foi despachado em favor da ordem pública, pois Bicalho “teve um comportamento inadequado dentro de um processo que investiga homicídio”. Flávio Grossi explicou que “durante a investigação, mesmo respondendo por um crime grave, o acusado debochou da situação ao publicar fotos nas redes sociais desafiando e desrespeitando a Justiça”, ressaltou Grossi.

Em uma das imagens publicadas nas redes sociais, Bicalho está em uma festa com  amigos. A foto tem a seguinte legenda: “Se ficar puto, eu entendo”. Conforme Grossi, essa é uma das provas de que Bicalho além de desafiar a Justiça, causou um sentimento de impunidade na população.

Rafael Bichalho foi preso por volta das 18h em seu apartamento onde mora com a família, no bairro Belvedere, na região Centro-Sul. Mesmo com a presença do delegado no local, ele demorou a se entregar. “Brincou de gato e rato. Tentou enrolar a polícia se escondendo pelo prédio”, disse uma fonte a O TEMPO. “Somente com a chegada de seu advogado ele se entregou”, explicou.

O acusado chegou à delegacia cabisbaixo, semblante bem diferente do das fotos na internet. Ele foi encaminhado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no bairro Nova Gameleira, região Oeste da capital.

Para o advogado Thiago Almeida, que representa Bicalho, a prisão preventiva não tem fundamento. “O Rafael estava colaborando. Apresentou a versão dele dos fatos, apontou testemunhas, se apresentou à polícia, já estava com a tornozeleira eletrônica e cumpria o repouso noturno em sua residência. Esses fatores retiram qualquer base para a prisão. Além disso, o Rafael não teve qualquer aproximação da vítima e da sua ex namorada. Vamos recorrer”, garantiu.

Essa foi a segunda detenção de Bicalho neste ano. Em setembro, ele foi preso por conta de outro crime, ocorrido em setembro de 2015, quando teria agredido a sua ex-namorada - a mesma que teve um relacionamento com Henrique Papini. O acusado, no entanto, ficou pouco mais de uma semana na Penitenciária José Maria Alckmin, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana.

O crime

Papini foi agredido ao deixar a boate Hangar 677, no bairro Olhos D’Água, na região do Barreiro, em BH. Segundo o inquérito, a motivação foi o ciúme, visto que a vítima teria ficado com a ex-namorada do suspeito. Bicalho, inclusive, teria ameaçado Papini anteriormente por conta do relacionamento.

Durante as investigações, que duraram pouco mais de dois meses, 12 pessoas foram ouvidas, entre testemunhas, suspeitos e a própria vítima. Inicialmente, havia quatro envolvidos, mas Hélio Alberto Borja Brum, 19, e Felipe Alvim Gaisler, 18, não foram responsabilizados. Foram indiciados Rafael Batista Bicalho, 19, e Thiago Motta Vaz Rodrigues, 20. 

De acordo com o investigador, somente Bicalho assumiu participar das agressões. No entanto, o laudo do Instituto Médico-Legal indicou que os ferimentos de Papini foram provocados por mais de uma pessoa – ele teve trauma na face, múltiplas escoriações pelo corpo, traumatismo craniano, entre outras lesões.

Não bastasse isso, imagens de circuito de segurança utilizados nas apurações mostram ambos os indiciados chutando o estudante de medicina, conforme a Polícia Civil.

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