O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, não tem mais direito a recurso da decisão do júri, que o condenou a 22 anos de prisão pelo assassinato de Eliza Samudio em 2010. O corpo da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes nunca foi encontrado. No entendimento do desembargador Doorgal Andrada, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), houve desinteresse por parte dos advogados de Bola, que foram “omissos e desidiosos” com a apelação, segundo o despacho, publicado nessa segunda-feira (13).
No documento, Andrada informa que o réu também foi devidamente notificado, inclusive sobre a possibilidade de declarar hipossuficiência e ficar à disposição de um defensor público designado, a que teria respondido já ter advogado. O desembargador também afirma que os recursos de Bruno foram apresentados em outubro de 2013, e que desde então ele aguarda os recursos de Bola e de Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, condenada a cinco anos pelo cárcere privado de Eliza Samudio e o filho dela, Bruninho. Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão, como mandante do assassinato de Eliza Samudio.
No texto, o desembargador diz entender que "os advogados supracitados desistiram do recurso de apelação criminal" e por isso determina "o prosseguimento normal do feito sem as razões recursais de Marcos Aparecido dos Santos".
O advogado de Bola, Fernando Costa Magalhães já adiantou que vai tentar reverter a decisão. “Amanhã entraremos com um embargo de declaração porque entendemos que houve um equívoco. A promotoria ficou por muito tempo com parte do processo”, reclamou Magalhães. “O recurso é um direito dele, do qual em momento algum abriu mão”, afirmou.
Em 27 de abril de 2013, Bola foi condenado a 19 anos por homicídio duplamente qualificado (por emprego de meios cruéis e sem possibilitar defesa da vítima) e a 3 anos por ocultação de cadáver e atualmente cumpre a pena em regime fechado na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte.