"Num país onde se tem medo de policia e de bandido pequenos empresários não tem vez". Assim o estilista Ronaldo Fraga anunciou o encerramento das atividades de sua loja na Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, após um novo assalto em menos de dois meses. A informação foi publicada em sua conta do Instagram nesta sexta-feira (27).
"Em menos de dois meses a loja que leva meu nome na Savassi, em BH, foi assaltada novamente. E dessa vez levaram tudo, até o meu otimismo em relação ao bairro. As atividades serão encerradas nesse bairro que eu, apesar de tudo, irei amar para sempre", dizia o post do estilista. Fraga aproveitou para agradecer clientes e amigos que fizeram parte "desse picadeiro" durante os sete anos de existência da loja.
"Triste, melancólico e quase vencido", ele finalizou a postagem se despedindo com um "até breve em outras paragens". No último dia 30 de setembro a loja foi invadida por quatro homens encapuzados que quebraram a vitrine e levaram várias roupas da grife que leva o nome do estilista mineiro. O prejuízo na época seria de cerca de R$ 45 mil.
| FOTO: Reprodução Facebook |
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| Em setembro, poucas peças de roupas sobraram após o arrombamento |
Em outubro, lojistas da região informaram que somente na rua Fernandes Tourinho, onde fica a loja de Fraga, outras quatro lojas haviam sido arrombadas em 10 dias. "O que me entristece, me deixa em pânico, é que isso se tornou uma coisa comum. A Savassi que queremos não é essa”, protestou o estilista, que já foi assaltado outras duas vezes.
Com o crescente número de invasões, proprietários de algumas lojas vem analisando a possibilidade de instalarem grades ou fecharem o espaço da vitrine durante a noite. “Eu já fui arrombado em julho e estou pensando muito nesta possibilidade. É triste, mas não sei o que mais posso fazer”, disse um comerciante, que pediu anonimato.
“Se tiver que colocar grade ou algo parecido, prefiro mudar de lugar. Não faço minhas roupas para um zoológico. Faço minhas roupas para serem expostas e serem vistas. Temos que batalhar é por mais segurança”, defendeu Fraga na época.
Polêmica
Cerca de 20 dias após a divulgação do primeiro arrombamento, a doutora em comunicação Glória Gomide, filha da proprietária da loja, de 86 anos, publicou nas redes sociais uma denúncia de que Ronaldo Fraga na verdade seria alvo de uma ação de despejo do imóvel devido ao atraso no pagamento de aluguel por parte de um “senhor que costura e se apresenta como um grande artista”.
O estilista negou ser um mau pagador e afirmou que a confusão é, na verdade, uma “guerra política”. Segundo Fraga, a irritação da família proprietária do imóvel teria como motivo o fato de que ele iria entregar o ponto e porque ele estaria desvalorizando o local por ter colocado uma faixa denunciando a insegurança da Savassi.
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