NO VALE DO RIO DOCE

Mãe corta cabelo de bebê com símbolos que fazem apologia à maconha

Jovem, que foi presa, disse que resolveu fazer o corte após ver imagem na internet e gostar; segundo delegado, cabeleireiro que fez o serviço também pode ser preso

Qui, 20/02/14 - 10h16
Criança foi entregue aos familiares paternos | Foto: POLÍCIA CIVIL / DIVULGAÇÃO

Uma jovem de 25 anos foi presa após autorizar que no corte do cabelo do filho de apenas 1 anos e 10 meses de idade fossem feitos símbolos que fazem apologia à maconha. O caso aconteceu na última segunda-feira (17) em Santa Maria do Suaçuí, no Vale do Rio Doce.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Marcelo Teotônio de Castro, o caso foi descoberto após policiais militares avistarem a criança perto de casa, na zona rural do município, conhecida como Quati. Eles foram até a região confirmar uma denúncia de pontos de tráfico de drogas, inclusive no bar de propriedade da avó do menino, quando encontraram com ele.

De um lado da cabeça, o garoto tinha a folha de maconha desenhada, e, do outro, o código 4:20, que é conhecido internacionalmente como o código dos usuários de drogas.

“Como a situação foi inusitada, os militares foram até à delegacia e me explicaram o caso. Intimei a mãe e ela apareceu com a criança na terça-feira (18)", explicou o delegado.

A criança ainda estava com o corte de cabelo e, ao ser questionada, Vânia Aparecida da Silva contou que tinha visto as imagens na internet, gostou e mandou fazer no filho. No entanto, a justificativa levantou suspeitas e, para a polícia, ela sabia o significado das imagens. A jovem contou que fez o corte em um salão no centro da cidade, que não teve o nome divulgado.

“O cabeleireiro também será intimado. Ele deverá prestar depoimento nos próximos dias, já que foi coautor no caso. O homem também pode ser indiciado, como a mãe do garoto”, disse Castro.

Vânia foi presa em flagrante por corrupção de menores, onde a pessoa pode incentivar a criança a cometer o crime e por apologia ao crime. Ela foi levada para o presídio de Guanhães, na mesma região.

Caso sejam condenados, a mulher e o profissional que fez o corte podem pegar até quatro anos de prisão. A suspeita não tinha antecedentes criminais.

Após a mãe ser presa, a criança foi entregue ao Conselho Tutelar do município e, em seguida, entregue aos parentes paternos provisoriamente.

Os desenhos com os símbolos da maconha não foram as primeiras mudanças que Vânia fez na cabeça do filho. A atendente Jascimara Godinho, de 18,  prima do pai do garoto  contou que a criança já teve o cabelo pintado.

“Em janeiro encontrei com o menino e ele estava com o cabelo preto. A avó materna contou que a filha usou tinta na criança”, contou a jovem.

Além disso, segundo a atendente, o pai do garoto morreu em abril do ano passado em um acidente de moto. Na época, ele e a suspeita já estavam separados, após três anos de namoro.

“Por enquanto, a criança está com os meus pais, pois a avó materna não tem condições de criar. Já o meu tio, que é avô do garoto, mora sozinho e já é de idade. O corte do cabelo ainda não vai ser modificado até que a situação seja resolvida. Ele serve como prova”, disse Jascimara.  

A jovem contou que o menino é tranquilo, muito educado e passa bem. A reportagem de O TEMPO tentou contato com a família de Vânia, mas ninguém foi localizado para comentar o caso. O inquérito será concluído pela Polícia Civil em até dez dias.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.