JARAGUÁ

Mãe de criança atingida por desabamento cobra respostas do clube

Garoto de nove anos e sua irmã, de 12, ficaram feridos com a queda de uma cobertura metálica que estava próxima a uma piscina na última terça-feira (26)

Qui, 28/01/16 - 18h37
Estrutura desabou e feriu crianças no Jaraguá Country Clube; mãe cobra explicações | Foto: Reprodução/Facebook

“Nesse momento eu só quero que o clube se responsabilize e dê respostas”. Essas são as exigências de uma mãe inconformada que viu o filho sofrer um acidente na última terça-feira (26), quando uma estrutura metálica desabou no Jaraguá Country Club, na região da Pampulha.

Uma barra de ferro atingiu a cabeça do garoto Caio, de nove anos, que desmaiou e foi levado às pressas, com intenso sangramento, para a enfermaria do local. Sua irmã, de 12, também se feriu ao tentar ajudá-lo. Segundo a associação recreativa, a queda do alicerce foi provocada pela ventania que atingiu o bairro durante a chuva. A princípio, o clube informou que os ferimentos do garoto eram leves. 

Glicia Gaspar de Melo, mãe de Caio, relembrou o episódio. “Estávamos todos sentados debaixo da cobertura. Percebemos que aquilo iria desabar e corremos. Acho que meu filho tropeçou na toalha e não conseguiu sair a tempo. A irmã dele entrou em pânico e voltou para ajudar. Ela também ficou machucada. Ele sangrou bastante, fiquei desesperada. Um associado e um salva-vidas vieram socorrê-los e levaram meu filho para o ambulatório. A enfermeira identificou o corte na cabeça e estancou o sangue. Eu fiquei tão abalada que não conseguia dirigir. Um professor de basquete do clube nos levou para o hospital, onde o Caio levou 12 pontos e precisou ser submetido a vários exames como tomografia computadorizada”, contou.

O menino, que foi atendido no Hospital Infantil São Camilo, no bairro Floresta, já foi liberado pelos médicos. Contudo, a mãe foi orientada a voltar com o garoto para a unidade de saúde caso ele apresente qualquer sintoma como dor de cabeça ou enjôo. Mesmo aliviada por saber que Caio não sofreu sequelas mais danosas além do corte profundo, Glicia requer respostas do Jaraguá sobre o desabamento.

“O clube não pode passar por isso como se nada tivesse acontecido. Porque poderia ter matado muita gente. Preciso saber que empresa era essa que montou a estrutura. Quero uma resposta do clube. Se o clube foi negligente na contratação. Como uma cobertura pode desabar com a chuva? Ela não foi feita justamente para suportá-la? Não me deram nenhuma resposta até agora. Meus filhos estão traumatizados”, lamentou.

A estrutura que provocou o acidente já foi retirada do local, que não precisou ser interditado. O clube funciona normalmente. O presidente do Jaraguá, Marco Antônio de Pádua Faria, esteve no hospital e visitou a criança na terça.

Em nota, a diretoria do clube informou que se reuniu nesta quinta-feira (28) com os responsáveis pela estrutura. De acordo com o Jaraguá, a empresa forneceu uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), tendo passado por vistoria e aprovação do Corpo de Bombeiros antes da liberação para eventos. Além disso,  a administração do clube reiterou o compromisso de dar um retorno e apoio pessoal à família do associado envolvido no acidente, assim como o acompanhamento de todo o processo de recuperação.

Acidente em 2014

No início de janeiro completaram–se dois anos da morte de Mariana Rabelo Oliveira, de oito anos, que faleceu por causa de um afogamento numa piscina do clube. Ela ficou submersa por cerca de 20 minutos presa pelos cabelos no ralo de sucção do toboágua

A garota foi socorrida por salva-vidas, depois levada para o pronto-socorro pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). De acordo com a assessoria do Samu, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, mas foi ressuscitada e socorrida consciente para o Hospital Odilon Behrens. Já na unidade, foi informado que ela estava em coma. Durante a madrugada ela não resistiu e veio a óbito.

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