Centro de BH

Manifestantes decidem estender protesto e vão seguir até Assembleia

O ato chegou a fechar a praça Sete durante a maior parte da manhã, deixando o trânsito complicado na região Central; em Minas Gerais são, ao todo, 60 atos realizados em apoio à greve Geral

Por Fernanda Viegas
Publicado em 28 de abril de 2017 | 11:10
 
 
PM não irá divulgar número de manifestantes nas ruas Foto: ALEX DE JESUS/O TEMPO

Os manifestantes que estavam em concentração na praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (28), decidiram estender o protesto após fecharem a praça Sete durante boa parte da manhã e seguirão até a praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na região Centro-Sul da capital. O ato é contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo Temer. Em Minas Gerais são, ao todo, 60 atos realizados em apoio à greve Geral.

Em Belo Horizonte, o metrô está completamente paralisado e os ônibus circulam parcialmente. Além das duas classes, participam do ato professores das redes pública e privada, servidores da Saúde, da Justiça, dos Correios, da Polícia Civil, dos Petroleiros além de servidores administrativos da prefeitura e do governo do Estado entre outras categorias.

A concentração começou às 9h, debaixo de chuva, que persistiu até a saída em passeata. A organização do ato, que conta com o apoio de oito centrais sindicais trabalha com uma estimativa de público de 100 mil pessoas, mas visualmente, esse número ainda não foi alcançado, apesar da praça da Estação ter ficado cheia antes do início da caminhada. A Polícia Militar ainda não fez estimativa de público. 

"O que me motiva sair de casa na chuva para vir para manifestação é que o que está em jogo é muito maior que qualquer conforto pessoal. Há uma ameaça grande de perda de direitos que vaia afetar todo os trabalhadores. Então eu vim fazer a minha parte para lutar contra algo (reformas trabalhista e da previdência) que se for derrubado vai ser uma grande conquista coletiva", afirmou a professora Michelle Oliveira, 34.

A também professora Rose Abranches, 50, afirma que não é contra as reformas, mas a forma como ela está sendo feita."acredito que há espaço para realização de reformas, mas não da forma como está sendo feita com mudanças que só beneficiam o empregado, sem ouvir a opinião dos trabalhadores, sem uma ampla discussão com a sociedade. Da forma como está, quem vai pagar o pato por esse crise é o trabalhador com a retirada de direitos que causarão prejuízos durante muito tempo se os projetos passarem da forma como está"

A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Minas, Beatriz Cerqueira, destaca que essa é a maior manifestação grevista que já participou em Minas." A adesão desse movimento está bem maior que os outros. Acho que a população entendeu os riscos que está correndo com essa reforma e a participação foi bem além das pessoas que estão habitualmente envolvidas nas lutas trabalhistas. Essa é o maior movimento grevista que já presenciei. Temos todas escolas públicas paradas, a maioria das particulares e metrô e ônibus parados em um mesmo dia. Isso certamente é inédito. O que queremos é que essa mobilização consiga pressionar o congresso a rever essas mudanças. Sabemos que a pressão tem que vir de fora para dentro. Se a sociedade não há posiciona, não há diálogo entre os parlamentares que irá mudar o que está sendo proposto hoje" disse.

 

MANIFESTAÇÃO ÁREA CENTRAL: Fechamento da Av. Afonso Pena sentido Rodoviária. Nossos agentes atuam no desvio para a Rua Espírito Santo. pic.twitter.com/DAt9x4LHDn

— OficialBHTRANS (@OficialBHTRANS) 28 de abril de 2017

 

O ato

Na praça Sete, baterias de blocos de Carnaval puxam o coro dos gritos contra a reforma. "O povo vai te pegar" é uma das frases usadas pelos manifestantes para criticar o presidente Michel Temer.

Comércio

A maior parte das lojas, no centro de Belo Horizonte, estão abertas, mesmo com a grande manifestação na região. Os bancos, tanto públicos como privados, estão fechados na cidade.

Atualizada às 13h53