Crime barbáro

Médico que matou mulher com injeção letal é preso em Goiás

O crime ocorreu em 28 de abril de 1999 e ele estava foragido da Justiça desde sua condenação – que aguardava em liberdade – em 24 de março do ano passado

Por Nathália Lacerda
Publicado em 18 de agosto de 2015 | 19:30
 
 
Crime. Homem tentou cobrir o rosto ao chegar na delegacia; ele injetou álcool no soro da vítima TV ANHANGUERA

Foi preso nesta segunda (17), em Rio Verde, no interior de Goiás, o médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, 47. Ele é acusado de matar a ex-mulher em um hospital de Nova Lima, na região metropolitana de BH.

O crime ocorreu em 28 de abril de 1999 e ele estava foragido da Justiça desde sua condenação – que aguardava em liberdade – em 24 de março do ano passado. Segundo as investigações, Junior aplicou uma injeção com álcool no soro de Magda Maria Braga Mattos, que estava se recuperando de uma cirurgia no Hospital Biocor.

Segundo o delegado Danilo Fabiano Carvalho e Oliveira, da Delegacia Regional de Rio Verde, a prisão foi efetuada após um evento na Faculdade de Medicina da Universidade de Rio Verde (UNIRV), onde o médico apresentou uma palestra sobre pena de morte para 400 alunos dos cursos de Direito, Psicologia e Medicina.

“Soubemos pela Polícia Civil de Minas Gerais que o médico iria se apresentar em um evento na faculdade. Para nossa surpresa, ele realmente apareceu. Após o término da palestra, eu me apresentei e dei voz de prisão”, contou Oliveira, que disse ainda que o médico não ofereceu resistência à prisão, mas se mostrou surpreso com a presença da polícia. Ele estava acompanhado da atual esposa, com quem teve dois filhos.

Para cumprir o mandado de prisão, o delegado e mais três agentes da Polícia Civil de Rio Verde se infiltraram entre os estudantes.
Fruto do casamento com a vítima, um dos quatro filhos de Junior estava na plateia. O rapaz, que não teve o nome divulgado, ficou emocionado ao ver o pai sendo levado pelo agentes, conforme contou o delegado.

“O acusado estava morando em Goiânia e prestava atendimento como clínico geral em Morrinhos, no interior de Goiás”, disse Oliveira. Neste momento, o médico está preso na Casa de Prisão Provisória de Rio Verde aguardando a transferência para Minas Gerais.

Segundo assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, a corporação já está definindo como será o transporte do preso, condenado a 14 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado.

Entenda. De acordo com assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o inquérito policial informava que Magda estava em processo de separação litigiosa com o acusado desde março de 1998. Junior já teria deixado a residência do casal, após uma medida cautelar ser expedida a pedido da vítima.

Os dois eram casados e tinham dois filhos. Ainda conforme o inquérito, o médico provocou a morte da esposa após colocar álcool no frasco de soro onde era ministrado um antibiótico que, em contato com etanol, pode levar a morte.

Processo: O julgamento do médico ocorreu em agosto de 2011. Ele recorreu da sentença em 2ª instância e no Superior Tribunal de Justiça. O pedido foi negado ano passado e o mandado de prisão expedido em 28/04/2014.