EM CAPELINHA

Menina de 12 anos é espancada em MG por ser considerada 'patricinha'

Menor levou puxões no cabelo e tapas no rosto; uma das agressoras disse à polícia que se fosse presa seria bom para "comer de graça"

Sex, 05/09/14 - 16h08

“Não vou conversar com quem eu não conheço”. A frase é de uma menina de 12 anos que foi espancada por sete garotas em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, na última terça-feira (2). As agressões aconteceram porque as adolescentes consideravam a vítima “patricinha” e “metida”.

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, a estudante contou que foi abordada pelas suspeitas quando saiu de casa para fazer compras com a mãe. “Minha mãe saiu andando na frente. As meninas começaram a subir o morro e, quando se aproximaram de mim, começaram a me xingar e me chamar de patricinha. Não dei bola e, com isso, elas começaram a atirar pedras na minha direção”, contou a estudante.

Por sorte, a vítima não foi atingida. Porém, as meninas se juntaram e começaram a puxar o cabelo e estapear o rosto da garota. “Consegui escapar e saí correndo para encontrar minha mãe. Uma viatura da polícia estava passando e parou para saber o que tinha acontecido”, explicou a menor.

Os pais da vítima registraram um boletim de ocorrência e, durante rastreamento, militares conseguiram localizar as agressoras. Eles confessaram que bateram no desafeto. Conforme o registro da Polícia Militar, uma das menores chegou a afirmar que “vai voltar a pegar a vítima e que vai ser bem pior”.

A menina que voltou a ameaçar a jovem tem 15 anos e era a única que a vítima conhecia. “Acho que ela ficou com raiva porque uma vez tentou puxar conversa comigo e eu não quis. Se eu não conheço, não vou conversar”, disse a garota.

A menina conta que, depois do episódio, só sai de casa acompanhada. “Meu pai ou irmão me levam e buscam na escola. Fiquei com medo de acontecer novamente. Essas meninas precisam entender que isso é errado. Se fosse com elas, tenho certeza que não iam gostar”, finalizou.

“Sei que não vou ser presa”

Durante a conversa com os policiais, uma das garotas disse que, mesmo sendo levada para a delegacia, sabia que não ficaria presa. A agressora foi além e afirmou que, se por ventura, for presa algum dia vai ser bom, uma vez que “vai comer de graça”.

As jovens foram encaminhadas à Delegacia de Plantão de Capelinha, onde foram ouvidas e liberadas.

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