Pedido de socorro

Menina se refugia dentro de escola com medo de abusos de padrasto

Criança de 9 anos pediu ajuda em escola municipal onde estuda, no bairro Pilar, região do Barreiro

Qua, 01/10/14 - 14h03

A Polícia Civil investigará a denúncia feita por uma menina de 9 anos, na manhã desta quarta-feira (1º), à Guarda Municipal da Escola Municipal Pedro Nava, onde ela estuda, no bairro Pilar, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Segundo a garota, que está no 5º ano, ela estava muito triste por ser estuprada pelo padrasto, que mantinha um relacionamento com a sua mãe há quatro meses. 

Segundo a Polícia Militar (PM), a corporação foi acionada pelo guarda municipal, que relatou que a menina o procurou no horário do recreio e fez a denúncia, dizendo que estava muito triste e que não queria voltar para sua casa. Ainda conforme a corporação, o guarda disse não ter percebido qualquer comportamento diferente da menina nos últimos dias, assim como a mãe dela, que também relatou que a filha estava brincando e conversando normalmente com ela. 

Com isso, a mãe da garota, uma balconista de 45 anos, indicou o local de trabalho do suspeito, um pedreiro de 35 anos, e ele acabou detido pelos militares. Mãe, padrasto e criança foram encaminhados para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente, no Carlos Prates. Em depoimento, a mulher disse que tem um relacionamento há quatro meses com o suspeito e que ele mora com ela e suas duas filhas, a de 9 anos e outra mais nova, de 7.

A mãe chegou a dizer que o relacionamento com o homem é conturbado, sendo que ele já teria até a agredido, entretanto, o padrasto não teria contato com as filhas sem ela por perto. Porém, a criança informou à Polícia Civil que o suspeito passava as mãos em suas partes íntimas enquanto a mãe não estava por perto, quando ela estava no banho. A garota chegou a relatar que um dia ela e a irmã mais nova estavam brincando no tapete e ele passou a mão em suas nádegas.

Segundo a mulher, enquanto as investigações não são concluídas o suspeito terá de sair da casa. O pedreiro conversou com a reportagem de O TEMPO e disse que veio da Bahia, conheceu a mulher e, desde então, eles vivem juntos. Ele também afirmou que tem uma filha de 12 anos e jamais abusaria de crianças. "Nem ando de bermuda perto da minha filha", alegou o homem.

A reportagem também entrou em contato com a direção da escola, que se recusou a comentar o caso. 

Outros filhos

Além das duas filhas pequenas, a mulher também é mãe de outras seis filhas mais velhas. De acordo com a balconista, uma das filhas, de 22 anos, mora fora da casa e não aprova o relacionamento dela com o suspeito. No último fim de semana, a menina de 9 anos teria ido para a casa da irmã e voltou fazendo a denúncia de estupro. O pedreiro disse acreditar que a irmã mais velha tenha mandado ela inventar sobre os abusos. 

O suspeito presta depoimento e em seguida deve ser a vez da mãe. Como não houve flagrante, o delegado do caso irá instaurar um inquérito que apurará a denúncia feita pela criança. Além disso, a Polícia Civil também pretende pedir uma medida preventiva para manter o homem longe da casa, porém, o processo só pode ser realizado com o aval da mãe da menina. 

Atualizada às 16h59

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