PARA OCUPAÇÕES URBANAS E RURAIS

Minas irá instalar centro de justiça social e mesa de diálogo

Governador assinou nesta quarta a portaria para instalação para Centro de Soluções de Conflitos e Demandas Territoriais e da Mesa de Diálogo Permanente com Ocupações Urbanas e Rurais

Por MARCUS CELESTINO
Publicado em 01 de julho de 2015 | 13:34
 
 

O governador de Minas, Fernando Pimentel, assinou nesta quarta-feira (1°) junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a portaria para a instalação do Centro de Soluções de Conflitos e Demandas Territoriais e da Mesa de Diálogo Permanente com Ocupações Urbanas e Rurais.

No entanto, integrantes de movimentos sociais disseram que as ocupações urbanas não foram convidadas ou comunicadas sobre a mesa, apesar desta ser uma reivindicação antiga das ocupações. 

Estiveram presentes no encontro o presidente do TJMG Pedro Carlos Bitencourt, desembargadores, e os secretários estaduais de Desenvolvimento Agrário, da Casa Civil e de Planejamento.

Segundo Pimentel, o momento foi de celebração pelo “extraordinário avanço”, não só em Minas, mas também nacionalmente, já que este é o primeiro centro de justiça social (Cejus social) do país. “É uma demonstração de maturidade e de compromisso com a democracia, e o Cejus social permite resolver uma questão que vai além. O fenômeno que estamos enfrentando é fruto de uma sociedade democrática. É um ato de extrema complexidade por parte do magistrado e temos que ser solidários no processo inteiro, encontrar diálogo pacífico para que se chegue a uma sentença justa”, disse.

O representante do Movimento dos Sem Terra (MST), Sílvio Cardoso Neto, que também esteve presente, disse que é um dia muito especial. “É importante que se abra este período de mais diálogo e participação. Esse espaço criado no judiciário representa um novo período de reconhecimento destes novos movimentos sociais. Em Minas temos situações que necessitam de diálogo aberto, sincero, e isso em alguns momentos foi tratado como caso de polícia. Não somos nós (dos movimentos sociais) que temos que ser criminalizados”, disse.

Sem espaço

A representante das Brigadas Populares, Isabella Miranda, no final do ato, entrou no local e disse que as ocupações urbanas não foram convidadas, apesar de terem ficado por três meses tentando montar esta mesa. Além disso, ela também disse que eles foram impedidos pela Polícia Militar de entrar na reunião.

Por volta de 5h desta quinta-feira (2), moradores de ocupações urbanas, como as do Isidoro, irão fazer uma marcha até o centro de Belo Horizonte.