Mineirão

Moradores da Pampulha ameaçam boicote a IPTU  

Medida será tomada se PBH não tentar solucionar transtornos em dias de jogos

Ter, 30/06/15 - 23h00
Rotina. Antes do início das partidas, é comum ver torcedores em churrascos, em frente às casas | Foto: DENILTON DIAS / O TEMPO

Moradores dos bairros São Luís e São José, na região da Pampulha, na capital, estudam boicotar o pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) caso a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) não apresente soluções para os transtornos no entorno do Estádio Governador Magalhães Pinto (Mineirão) em dias de jogos e de eventos. Segundo a comunidade local, torcedores estacionam veículos em locais proibidos, produzem grande quantidade lixo após o consumo de comida e bebida, urinam nas ruas e agridem moradores que reclamam das práticas, em alguns casos.

“Consultamos um advogado para ver a possibilidade de depositar o IPTU em juízo, um modo de não pagarmos a prefeitura. Nossa luta tem sido frustrante e cheia de desgastes. Há muitas promessas, e nenhuma solução”, disse a presidente da Associação dos Moradores dos Bairros São Luís e São José (Pró-Civitas), Juliana Renault Vaz, em audiência pública realizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas em um clube na região, na noite desta terça-feira. Se medida for tomada, o dinheiro ficaria bloqueado até a solução dos problemas.

“Vamos conclamar os moradores da região para boicotar o recolhimento do IPTU. A prefeitura vai começar a nos enxergar, pois pagamos um dos impostos mais caros da cidade”, enfatizou o engenheiro eletrônico Cláudio Osório, 59, morador da região há 31 anos.

Debate. A prefeitura discute algumas medidas para sanar os problemas relatados pelos moradores, segundo informou o secretário municipal de Serviços Urbanos, Pier George Senesi Filho, durante a audiência. De acordo com ele, está em estudo a possibilidade de liberar parte das 280 vagas no entorno do estádio para estacionamento dos torcedores.

O secretario afirmou, ainda, que um edital para acomodar 96 barraqueiros na esplanada do Mineirão está pronto, mas a divulgação do processo depende da autorização do Minas Arena – empresa que tem direito de explorar a comercialização do complexo.

A Minas Arena cumpre o contrato firmado com o governo do Estado, segundo o coordenador de segurança da empresa, Sandro Teatini. Ele afirmou que somente o Estado poderia autorizar a comercialização de comidas e bebidas no local.

Saiba mais

Churrascos. Moradores do entorno do estádio pedem ações para coibir abusos de torcedores nos dias de jogos. Conforme O TEMPO mostrou em novembro de 2014, uma das principais reclamações se refere à realização de churrascos, que incluem consumo de bebidas alcoólicas, nas calçadas.


Álcool. Integrantes da Pró-Civitas e outros moradores da região argumentam que a proibição da venda de bebidas alcoólicas no interior do Mineirão e os preços altos cobrados pelas lanchonetes do estádio criaram nos torcedores o hábito de se concentrar do lado de fora para consumir o que trazem de casa.


Transtornos. Um dos pontos críticos é o encontro da alameda das Palmeiras com a avenida Antônio Abrahão Caram. Também há relatos de brigas, furtos e assaltos, acúmulo de lixo, congestionamentos e veículos quebrados e furtados.


Polêmica

Retirada. Após o representante do Minas Arena não apresentar soluções para as queixas, cerca de 20 dos 70 moradores da região deixaram a audiência pública, em protesto.

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