Ameaça

Moradores de Betim estão assustados com suposto toque de recolher

No início da tarde, parte do comércio, unidades de saúde e escolas de bairros como Sítio Poções, Vila das Flores e Homero Gil fecharam as portas

Publicado em 08 de abril de 2016 | 18:56

 
 
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A ameaça de um toque de recolher nesta sexta-feira (8) viralizou nas redes sociais e deixou assustados comerciantes e moradores de Betim, na região metropolitana. No início da tarde, parte do comércio, unidades de saúde e escolas de bairros como Sítio Poções, Vila das Flores, Homero Gil, Bueno Franco e Niterói fecharam. De acordo com moradores e comerciantes, houve ordens para que estabelecimentos abaixassem as portas.

Apesar de a Polícia Militar (PM) não ter confirmado o toque de recolher, a reportagem percorreu alguns desses bairros. No Homero Gil, o posto de saúde estava fechado, assim como alguns comércios da região. De acordo com uma funcionária da UBS Homero Gil, logo quando ela chegou para trabalhar, na parte da manhã, foi avisada para ficar de sobreaviso, porque a unidade poderia ser invadida e haver tiroteio no posto. “Fiquei apavorada e decidi não esperar. Na mesma hora, fui embora para casa”, contou.

Escolas também foram ameaçadas. “Por volta das 14h30, 20 motoqueiros apareceram na frente da escola e disseram para não sermos heróis. Que era toque de recolher e que era guerra armada em Betim. Ficamos apavorados e decidimos dispensar os alunos. Em 20 anos que trabalho aqui, nunca vi uma coisa como essa. Betim virou uma terra de ninguém, um faroeste”, contou uma funcionária da Escola Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira, no Bueno Franco.

À noite, alunos e funcionários da Escola Municipal Edmeia Braga, no bairro Niterói, também foram liberados.

Suposto motivo

Segundo moradores dos bairros Vila das Flores e Sítio Poções, que pediram para não serem identificados, o motivo seria um assassinato que ocorreu anteontem no bairro Parque das Indústrias, mas ainda não há confirmação dessa suposta ligação. “Alguns homens passaram aqui em motos falando que era para baixar as portas no início da tarde e não funcionar nada”, disse um comerciante.

De acordo com um outro morador, o medo era grande. “Alguns estabelecimentos e o posto de saúde fecharam. A gente está até com receio de sair na rua”, completou.

Reforço policial

O comandante do 33º Batalhão de Polícia Militar de Betim, tenente-coronel Luciano Vivas, não confirmou o toque de recolher. “Não posso afirmar nem que houve nem que não houve. Alguns comércios realmente fecharam, mas abriram rapidamente após reforço policial. Mesmo sem ainda termos a confirmação, optamos por aumentar o efetivo policial para a região para garantir mais segurança à população, inclusive, com policiais civis”, disse. “Houve várias conversas na internet sobre essas ameaças, assustando as pessoas”, completou.

A Secretaria Municipal de Segurança Pública de Betim foi procurada para se manifestar sobre o assunto, mas até o fechamento da edição não havia se pronunciado.