MG-040 interditada

Moradores de Brumadinho fecham entrada da cidade em protesto

Atingidos pelo rompimento da barragem da Vale reivindicam tratamento igualitário no pagamento de auxílio emergencial; mineradora informa que número de beneficiários aumentou desde maio

Ter, 02/06/20 - 09h44
Moradores protestam em acesso à cidade de Brumadinho nesta terça-feira (2) | Foto: Guilherme Morais/Divulgação

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Os atingidos pelo rompimento da barragem I da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, fecharam a MG-040, entrada principal da cidade, na manhã desta terça-feira (2). O protesto, segundo os participantes, pede igualdade no pagamento do auxílio emergencial pela mineradora Vale. O acesso ao bairros Parque da Cachoeira e Córrego do Feijão, na zona rural da do município, também foi fechado.
 
O ato pacífico começou ainda de madrugada e conta com dezenas de moradores, que portam diversas faixas. De acordo com os integrantes do movimento, desde janeiro, a Vale estaria pagando 50% do auxílio para todos os atingidos, exceto residentes de quatro localidades. No entanto, no último dia 12 de maio, a empresa teria efetuado o pagamento integral do auxílio para oito ou nove comunidades sem aviso prévio. Com isso os moradores reclamam que 80% dos atingidos estão recebendo metade do valor devido, e os demais, sem critério definido. 
 
A Vale informou, por meio de nota, que segue aberta ao diálogo, desde que de forma respeitosa. A mineradora reforçou que o principal foco de atuação dela é o atendimento às pessoas impactadas pelo rompimento da barragem. "Com este objetivo, a Vale ampliou, no dia 13 de maio, o número de pessoas que recebem o auxílio  emergencial da empresa de forma integral (um salário mínimo por adulto, ½ por adolescente e ¼ para cada criança)', afirmou.
   
Ainda segundo a Vale, o benefício foi estendido aos moradores dos bairros Tejuco, Planalto, Salgado Filho, Ponte das Almorreimas, Aurora, Varjão I, Varjão II e Regina Célia, em Brumadinho; e às comunidades de Córrego Frio, Ana Maria de Souza, Cohab I e Cohab II, Retiro do Brumado, José de Sales Barbosa e Residencial Bela Vista do município vizinho de Conceição de Itaguá. "A decisão levou em conta a proximidade destas comunidades com o epicentro de impacto causado pelo rejeito que escoou da barragem I, bem como a proximidade com as obras de reparação", segue a nota.
   
A mineradora informou ainda que, além dessas comunidades, já recebem o auxílio integral as pessoas que comprovadamente residiam, na data do rompimento, nas comunidades de Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira, Alberto Flores, Cantagalo, Pires e nas margens do Córrego Ferro-Carvão, além das pessoas que participam dos programas de apoio desenvolvidos pela Vale.
 
"Os demais beneficiários seguem recebendo 50% do auxílio, conforme acordo firmado na 2ª Vara da Fazenda Pública no dia 28 de novembro de 2019 pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, Defensoria Pública Federal e Vale", concluiu a mineradora.

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