Região Oeste

Moradores do Jardim América protestam para salvar última área verde

Visando conscientizar a população, grupo fecha trânsito da avenida Barão Homem de Melo durante intervalos para distribuir panfletos sobre a causa

Sex, 21/11/14 - 16h52

"Olha aí a beleza da mata e a tristeza do concreto". Esta é uma das frases estampadas nas várias faixas utilizadas por cerca de 20 moradores do bairro Jardim América, na região Oeste de Belo Horizonte, para protestar em frente ao que restou da fazenda Goiabeiras, área verde que deu origem ao bairro e que pode virar um condomínio. A manifestação acontece no fim da tarde desta sexta-feira (21) na avenida Barão Homem de Melo, que tem o trânsito fechado no sentido Belvedere durante intervalos, para panfletagem sobre o objetivo do ato.

"Esta é a única área verde que nos restou no bairro. Ao invés de um condomínio, nós queremos um parque municipal, para que esta área verde seja preservada e se torne um ponto de lazer para nossa região", defendeu o aposentado João Batista da Silva, de 66 anos, que é um dos integrantes do Grupo Organizado de Moradores e Usuários do Jardim América, que organizou o protesto.

A princípio os moradores estavam apenas no passeio mostrando as faixas, porém, por volta das 17h30, resolveram fechar o trânsito na avenida, uma das principais da região, para distribuírem panfletos sobre a causa. Agentes da BHTrans estão no local para orientar os motoristas.

A construtora Masb já tem licença prévia, concedida pelo município, para construir no terreno um empreendimento residencial de duas torres de 23 andares, um total de 276 apartamentos. A empresa aguarda agora a reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam), que deverá votar a licença de instalação que permitirá o início das obras.

O Ministério Público (MP) de Minas Gerais entrou com ação tentando impedir a construção do empreendimento, alegando que os moradores decidiram na última Conferência Municipal de Política Urbana que a área se tornaria um parque. No entanto, o documento precisa ainda ser votado pela Câmara.

A Masb informou, por meio de uma nota, que 27% do terreno será transformado em área pública, e outros 15% serão usados para instituir uma Reserva Particular Ecológica (RPE). “O empreendimento atende todos os parâmetros da Lei de Uso e Ocupação do Solo de Belo Horizonte”, conclui o texto da empresa.

Prefeitura

Em nota, o município informou que “o empreendimento, da forma como está, atende a legislação municipal”, e que houve parecer favorável da Secretaria de Meio Ambiente para a obra.

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