Santana do Riacho

Moradores protestam contra volta do turismo na Serra do Cipó durante feriado

Prefeitura emitiu um decreto liberando o funcionamento de estabelecimentos em distrito; atrações turísticas como parques e cachoeiras continuam fechados para o público

Por Gabriel Moraes
Publicado em 10 de junho de 2020 | 18:17
 
 
Manifestantes vaiaram visitantes que chagavam ao distrito Foto: divulgação

Um grupo de moradores do município de Santana do Riacho, na região Central de Minas Gerais, fez um protesto na tarde desta quarta-feira (10) para pedir à prefeitura a revogação do decreto que autoriza a reabertura de estabelecimentos não essenciais como bares, restaurantes e pousadas na região da Serra do Cipó, fechados anteriormente devido à pandemia de coronavírus.

Segundo um dos idealizadores da manifestação, Hiago Corrêa, de 23 anos, o principal objetivo é proteger os moradores locais da doença. "Nós queremos mesmo é evitar a propagação do coronavírus na cidade. Graças a Deus ainda não tem casos, e a intenção é que continue assim, porque mais de 60% da população é do grupo de risco, e pensamos no bem dessas pessoas e de seus familiares", disse.

"Nós fizemos um grupo no WhatsApp, que até atingiu sua capacidade máxima (256 pessoas) e que incluía o prefeito. Mas mesmo assim nós não tivemos um posicionamento da prefeitura", completou. A manifestação, que ocorreu em um dos acessos ao distrito, próximo à entrada da cachoeira Grande, reuniu aproximadamente 20 pessoas.

Um grupo de moradores de Santana do Riacho, na região Central de Minas, protestou nesta quarta-feira contra a volta de turistas ao distrito de Serra do Cipó.
Prefeitura autorizou a reabertura de bares, restaurantes e pousadas na localidade na véspera do feriado de Corpus Christi. pic.twitter.com/FEBRnGdof5

— O Tempo (@otempo) June 10, 2020

Entenda

Na última semana, o prefeito André Torres (PTB) emitiu um decreto autorizando que, a partir desta quarta-feira, véspera do feriado de Corpus Christi, alguns estabelecimentos do distrito de Serra do Cipó voltem a funcionar, mas com diversas restrições. Um dos objetivos seria é começar a aquecer a economia local, prejudicada devido a pandemia.

De acordo com o documento, esses locais podem abrir as portas desde que cumpram algumas medidas como: deverão respeitar o limite de 50% no que tange à sua capacidade de operação; horário de funcionamento entre 11h e 20h. Após este período poderão realizar delivery.

Outros estabelecimentos também podem funcionar na localidade, seguindo tais regras, como: academias, estúdios de pilates e yoga, autoescolas e igrejas e templos. Essa flexibilização das atividades comerciais não se aplicam ao distrito de Lapinha da Serra, que pertence ao município e também é um destino turístico procurado.

Posicionamento

A respeito da reivindicação dos moradores, a secretária de Saúde de Santana do Riacho, Andrea Freire, disse que essa flexibilização está acontecendo de maneira parcial e controlada. "Nós estamos fazendo barreiras na cidade, vistorias e fiscalizações nesses estabelecimentos, porque eles só puderam abrir depois de seguir alguns critérios e passar por um processo", disse.

Segundo ela, o objetivo maior do Executivo é proteger a saúde da população. "A gente sabe que esse é um momento muito crítico, é uma doença nova e está todo mundo com medo. Mas também estamos vendo essa questão econômica. Conscientizamos que as pessoas só venham para cá se tiverem reservas, até porque os atrativos turísticos continuam fechados", completa.

Moradores relataram que há uma movimentação maior de carros desde a noite dessa terça-feira (9), e que se intensificou nesta quarta. A prefeitura informou que entre as maiores pousadas da região, grande parte está com suas reservas lotadas (50% da capacidade total).

Santana do Riacho ainda não tem casos confirmados de coronavírus.