Sem solução

Moscas-brancas ameaçam fícus centenários novamente  

Praga foi detectada nas folhas das árvores que restaram na região Centro-Sul da capital

Sex, 26/12/14 - 03h00
Cenário. Árvores da Bernardo Monteiro (foto) e Barbacena sofreram podas depois de infestação da mosca-branca; uma delas tem intervenção artística | Foto: FERNANDA CARVALHO / O TEMPO

Os fícus centenários que restaram nas avenidas Bernardo Monteiro e Barbacena, na região Centro-Sul da capital, estão ameaçados pela mosca-branca-do-fícus novamente. Há quase dois anos, a prefeitura tenta combater essa praga sem sucesso, e Belo Horizonte vem perdendo suas espécies mais bonitas. Os versos das folhas dessas árvores já possuem ninfas (fase jovem da mosca), e o período chuvoso favorece a proliferação do inseto, que tem apenas dois milímetros e pode matar as plantas.

Na avenida Bernardo Monteiro, das 51 árvores, 20 já morreram. Na Barbacena, 17 das 44 estão mortas, assim como outras seis localizadas na praça da igreja Boa Viagem, também na região Centro-Sul. Apenas as espécies desses locais estão infestadas pela mosca-branca-do-fícus. “Já estamos na expectativa de que as ninfas, que são como se fossem os casulos, vão virar moscas. Não sabemos em que quantidade vai ser, depende das condições climáticas. Mas o período de chuvas e o tempo quente são ideais para a proliferação”, explicou a gerente de gestão ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), Márcia Mourão.

Segundo ela, a secretaria monitora esses trechos para identificar se há moscas voando para retomar os tratamentos. No período seco, os insetos sumiram, mas não foram extintos.

Histórico. Desde o segundo semestre de 2012, 103 árvores foram atacadas pelas moscas que sugam a seiva das folhas e provocam o ressecamento delas. Quarenta e três fícus tiveram que ser completamente podados para evitar que os galhos secos caíssem em área urbana. Na época, essa foi a solução encontrada pela prefeitura alegando que não foi possível acabar com a praga e que as plantas estavam mortas com risco de queda. Muitos ambientalistas criticaram o corte das espécies centenárias.

Vírus

Estudo. A Fiocruz em Minas pesquisa outros fatores que possam explicar o rápido declínio das árvores em contato com o inseto. Resultados recentes identificaram um vírus nas folhas, que também agride as espécies.

Frases

“As cidades que tiveram fícus infestados pela mosca adotaram como solução o corte das árvores. Em Belo Horizonte, tentamos vários tratamentos e apenas podamos os galhos que tinham risco de cair, mas ainda estamos buscando alternativas.”

Márcia Mourão - gerente de Gestão Ambiental da Secretaria Municipal de Meio Ambiente


“A sociedade vem se mobilizando pelo meio ambiente urbano e por essas árvores centenárias. Nada pode ser feito sem o acompanhamento da população.”

Maria Dalce Ricas - superintendente da amda

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.