Cerca de 200 pessoas de diversos movimentos sociais de Belo Horizonte ocuparam na manhã desta quarta-feira (23) a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em protesto contra a violência policial. O manifestantes estão no auditório da assembleia e pretendem permanecer no local até que seja marcada uma reunião com o governador Fernando Pimentel.
“Nós chegamos por volta de 9h30 e viemos fazer a denúncia de violência policial contra os movimentos e contra a periferia, durante a reunião da Comissão de Direitos Humanos. Porém nós resolvemos ocupar a Assembleia porque queremos uma reunião com o governador para falar sobre a reforma urbana”, disse Leonardo Pericles, da coordenação nacional do Movimento de Luta nos bairros vilas e favelas (MLB).
Os integrantes dos movimentos reclamam da violência principalmente contra os ocupações, segundo eles houve intolerância em várias ocupações como nas ocupações Izidora, William Rosa, Marião, Maria Bonita, Maria Vitória, Maria Guerreira, Temer Jamais e Manoel Aleixo. Uma menina de 14 anos perdeu os dentes depois de ser atingida na boca por uma bala de borracha.
“Há muito tempo a Polícia Militar do Estado de Minas Gerais (PMMG) vem praticando uma série de medidas que são inaceitáveis contra os movimentos sociais e os pobres em geral. Atos estudantis de rua são reprimidas, ocupações de terra despejadas, manifestações culturais da juventude negra sofrem intervenção, dentre outros tipos de abusos contra diversos grupos sociais que têm algo em comum: incomodam a elite responsável pelo golpe e o processo de retirada de direitos em curso no Brasil”, reclamou o movimento.
A Polícia Militar se pronunciou sobre o caso por meio de nota, leia:
A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) capacita o policial militar para atuar em ambientes operacionais de distúrbios e minimizá-los ao máximo, sem danos ao patrimônio e às pessoas. Os policiais também são treinados para conhecer os tipos de público envolvidos em movimentos de massa, e ser capaz de avaliar, rapidamente, o quadro do distúrbio para desencadear ações para respostas satisfatórias que envolvam conflitos sociais. Os militares participam de atividades teóricas e práticas com noções históricas de Operações de Choque, Técnica, Tática e Legislação Aplicadas às Operações de Controle de Distúrbios, Defesa Pessoal, Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo, Treinamento Físico de Choque e Policiamento de Eventos.
O governo também se pronunciou por nota, leia:
O Governo de Minas Gerais reitera mais uma vez que segue, como sempre esteve, aberto ao diálogo e às demandas dos movimentos sociais. Informamos que hoje não houve cancelamento de encontro com o governador porque não havia reunião agendada.
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