Na semana que vem

MP pretende ouvir a Sudecap e as empresas responsáveis pelo viaduto

Informação é do promotor Eduardo Nepomuceno da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte; a promotoria vai recomendar à prefeitura a realização de nova vistoria nos sete viadutos do conjunto.

Ter, 31/03/15 - 16h10

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pretende ouvir na semana que vem representantes da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e das empresas Cowan e Consol, responsáveis respectivamente pela execução e projeto do viaduto A (Gil Nogueira), localizado sobre a avenida Pedro I e que cedeu 2,5 cm devido a problemas nas molas de borracha que dão sustentação à estrutura. A informação é do promotor de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Belo Horizonte, Eduardo Nepomuceno. A promotoria vai recomendar à prefeitura a realização de nova vistoria nos sete viadutos do conjunto. 

"Já estamos encaminhando um pedido de maiores informações sobre o caso à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Por conta do feriado eles devem receber a partir de segunda-feira (6) e o objetivo é ouvir os envolvidos na semana que vem", garantiu o promotor. Ele também afirmou que foi solicitado ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea) uma complementação da perícia.

"Foi feito pelo Crea um laudo completo das obras do Move e queremos ver se podemos incluir esse novo problema detectado no mesmo laudo", explicou. Ainda segundo o promotor, não será aberta uma nova investigação para apurar as responsabilidades no problema do viaduto, uma vez que o MPMG já tem uma investigação em curso sobre as irregularidades que culminaram na queda do viaduto batalha dos Guararapes e dos problemas detectados no viaduto Montese, ambos também sobre a avenida Pedro I.

Assista ao vídeo feito por O TEMPO mostrando o desnível existente no viaduto:

Prefeito

Mais cedo, durante reunião na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) assumiu que PBH já sabia há algumas semanas do problema no viaduto, que fica próximo à estação Pampulha do Move.

"Houve um problema que a Consol, que projetou o viaduto, disse que foi na execução e que a Cowan, que executou, alega que foi no projeto. Agora faremos uma perícia para identificar o responsável pelo erro. O gasto, que será de R$ 100 a R$ 200 mil, será ressarcido pelo responsável. A população não pagará pela reforma de um viaduto novo", disse o chefe do executivo municipal.

Ele também afirmou que uma CPI em relação aos problemas em viadutos da capital seria bem-vinda, no entanto, afirmou que ela prejudicaria a população. "Em relação à CPI a prefeitura não tem nenhum receio, não tem nada a esconder. Tenho certeza que relatório da Polícia Civil, que já ouviu mais de 80 pessoas, vai responder essa questão. CPI é bem-vinda, desculpem intromissão, mas dada quantidade de projetos de vereadores, certamente CPI neste momento viria a prejudicar prestação de serviços de votação para (beneficiar) a população", falou. 

O Corpo de Bombeiros fez uma vistoria no local na manhã desta terça-feira e descartou a possibilidade de risco iminente de queda. Funcionários da Cowan já iniciaram a montagem de andaimes para escorar o viaduto. A obra de reparo terá início à meia-noite de sexta-feira (3) e durará até o 23h59 de domingo (5). 

Atualizada às 20h31.

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