EM PAUTA

MPMG realiza mais uma audiência sobre manejo de capivaras na Pampulha

Discussão sobre assunto ocorre após um mês da morte do pequeno Thales Martins Cruz, de 10 anos, vítima de febre maculosa

Qui, 06/10/16 - 12h21

Após completar um mês da morte do pequeno Thales Martins Cruz, de 10 anos, vítima de febre maculosa, uma nova audiência será realizada na tarde desta quinta-feira (6) no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para tratar o manejo das capivaras que vivem na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O animal é um dos hospedeiros do carrapato-estrela que é responsável por transmitir a doença.

A discussão contará com a presença da promotora de defesa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte Lílian Marotta e do gerente de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de BH, Eduardo Viana Vieira Gusmão.

A audiência está marcada para às 13h30 e será realizada no prédio do MMPG na avenida Raja Gabáglia, no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul da capital.

Primeiro encontro. No dia 21 de setembro, aconteceu uma audiência com a presença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Fundação Zoobotânica, a Secretaria de Meio Ambiente, e a Coordenadoria de Defesa dos Animais.

Entre outras medidas, ficou acordado que os órgãos iriam dividir informações e técnicas sobre o assunto. Além disso um grupo técnico intersetorial foi criado para estudar a febre maculosa no entorno da Lagoa da Pampulha. A intensão é que os resultados dos trabalhos sejam apresentados na audiência desta quinta. 

A discussão sobre as capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha já dura alguns anos. Mas, ganhou força novamente após a morte de Thales.

O garoto era lobinho e participava das atividades dos Escoteiros do Brasil, seção Minas Gerais, há sete anos. No dia 20 de agosto, o grupo do qual fazia parte participou de uma atividade no Parque Ecológico da Pampulha. Após o passeio, a família do garoto afirmou que ele foi infectado por um carrapato-estrela que estava em capivaras que habitam o local.

Depois de 13 dias, o escoteiro foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital das Clínicas, dando entrada no dia 2 de setembro, e vindo a morrer dois dias depois.

Investigação. Após a denúncia da família, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) começou a apurar o caso e os exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontaram que o garoto foi mesmo vítima de febre maculosa.

Número de casos. Após a morte de Thales, outros dois homens apresentaram os mesmos sintomas. Contudo, os exames descartaram a possibilidade de contração da doença.

Como mostrou a reportagem de O TEMPO, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que, até o momento, haviam 12 casos de febre maculosa em Minas neste ano, sendo dois na capital.

Vigilância. O monitoramento dos carrapatos é feito três vezes ao ano, de acordo com o ciclo biológico do parasita. Em 2016, a vigilância foi em abril e agosto.

Controle. A prefeitura explicou que desde 2015 atua no controle químico de carrapatos em cavalos, sendo esse animal o principal hospedeiro do carrapato estrela. O trabalho é feito em parceria com a Associação dos Carroceiros e Universidade Federal de Minas Gerais/Escola de Veterinária.

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