Após completar um mês da morte do pequeno Thales Martins Cruz, de 10 anos, vítima de febre maculosa, uma nova audiência será realizada na tarde desta quinta-feira (6) no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para tratar o manejo das capivaras que vivem na orla da Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte. O animal é um dos hospedeiros do carrapato-estrela que é responsável por transmitir a doença.
A discussão contará com a presença da promotora de defesa do Patrimônio Cultural de Belo Horizonte Lílian Marotta e do gerente de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde de BH, Eduardo Viana Vieira Gusmão.
A audiência está marcada para às 13h30 e será realizada no prédio do MMPG na avenida Raja Gabáglia, no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul da capital.
Primeiro encontro. No dia 21 de setembro, aconteceu uma audiência com a presença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Fundação Zoobotânica, a Secretaria de Meio Ambiente, e a Coordenadoria de Defesa dos Animais.
Entre outras medidas, ficou acordado que os órgãos iriam dividir informações e técnicas sobre o assunto. Além disso um grupo técnico intersetorial foi criado para estudar a febre maculosa no entorno da Lagoa da Pampulha. A intensão é que os resultados dos trabalhos sejam apresentados na audiência desta quinta.
A discussão sobre as capivaras que habitam a orla da Lagoa da Pampulha já dura alguns anos. Mas, ganhou força novamente após a morte de Thales.
O garoto era lobinho e participava das atividades dos Escoteiros do Brasil, seção Minas Gerais, há sete anos. No dia 20 de agosto, o grupo do qual fazia parte participou de uma atividade no Parque Ecológico da Pampulha. Após o passeio, a família do garoto afirmou que ele foi infectado por um carrapato-estrela que estava em capivaras que habitam o local.
Depois de 13 dias, o escoteiro foi internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital das Clínicas, dando entrada no dia 2 de setembro, e vindo a morrer dois dias depois.
Investigação. Após a denúncia da família, a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) começou a apurar o caso e os exames realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontaram que o garoto foi mesmo vítima de febre maculosa.
Número de casos. Após a morte de Thales, outros dois homens apresentaram os mesmos sintomas. Contudo, os exames descartaram a possibilidade de contração da doença.
Como mostrou a reportagem de O TEMPO, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou que, até o momento, haviam 12 casos de febre maculosa em Minas neste ano, sendo dois na capital.
Vigilância. O monitoramento dos carrapatos é feito três vezes ao ano, de acordo com o ciclo biológico do parasita. Em 2016, a vigilância foi em abril e agosto.
Controle. A prefeitura explicou que desde 2015 atua no controle químico de carrapatos em cavalos, sendo esse animal o principal hospedeiro do carrapato estrela. O trabalho é feito em parceria com a Associação dos Carroceiros e Universidade Federal de Minas Gerais/Escola de Veterinária.
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