Por ciúmes

Mulher é presa 7 meses após mandar torturar e matar jovem em Contagem

Poliane Santana de Castro, de 20 anos, foi encontrada sem os olhos e com os cabelos raspados em uma pedreira do município; suspeita estava escondida no Justinópolis, em Ribeirão das Neves

Sex, 19/02/16 - 14h42

A líder do tráfico do bairro Maracanã, em Contagem, na Grande BH, Gislene Cátia da Silva Ferreira (a Gisa), de 38 anos, apontada como arquiteta da execução de Poliane Santana de Castro, de 20 anos, em Julho do ano passado, foi presa pela Polícia Civil. A mulher que foi encontrada escondida no distrito de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi apresentada nesta sexta-feira (19).

FOTO: Divulgação.Polícia Civil
Mulher é presa 7 meses após mandar torturar e matar jovem em Contagem

As investigações da Polícia Civil apontaram que a morte de Poliane foi motivada por ciúmes. A traficante teria se irritado em saber que o seu ex-marido havia iniciado um relacionamento com a vítima. A Polícia Civil informou que já havia cumprido mandado de prisão contra Camila Fernanda Ramos (conhecida como Fernanda), de 26 anos, também por envolvimento neste homicídio. Jefferson da Silva Santiago (o Jefinho), de 25, sobrinho de Gislene, continua foragido.

Entenda

No fim da tarde do dia 14 de julho, Poliane chegou em casa, que fica no bairro Jardim Marrocos, e entrou. Depois de fechar o portão, uma pessoa teria perguntado: “Poliane, sua irmã está aí?”. Diante da negativa, o homem pediu que ela saísse.

No momento em que saiu, a jovem foi arrastada pelo suspeito, com a ajuda de uma mulher, para dentro de um Palio de cor vermelha e não foi mais vista.

A família da moça contou à reportagem que, há alguns meses, ela estava ficando com um jovem. Porém, a ex-namorada dele não estava gostando o relacionamento amoroso.

Dois dias depois, familiares avistaram o ex-namorado de Poliane. A família perguntou se ele sabia o paradeiro da jovem. O rapaz alegou não saber de nada e correu pela Via Expressa. Porém, ele foi alcançado e agredido.

Para se salvar, o jovem entrou em um motel na Via Expressa. A polícia foi acionada e o conduziu à delegacia para prestar esclarecimentos.

Registro da ocorrência

Na primeira versão, familiares informaram à reportagem que, logo após o sequestro, eles deslocaram até o 18º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Eldorado, onde tentaram registrar um boletim de ocorrência (B.O).

Lá, ainda segundo a família, os militares teriam dito que o sequestro só poderia ser registrado 48 horas depois do fato. No entanto, no início da tarde desta quinta, a família de Poliane mudou a versão e disse que os policiais pediram que os parentes tentassem verificar em uma escola próxima ao local se imagens das câmeras de segurança teriam filmado a ação.

A ocorrência só foi registrada na 3º Delegacia de Contagem.

O crime

No terceiro dia de cativeiro, a jovem teve o cabelo raspado e foi morta com um tiro na nuca e outro nas costas. Após o assassinato, os suspeitos ainda tiveram o sangue frio de cortar os lábios de Poliane e arrancar os olhos da garota. “É sim um crime chocante. Ainda não temos certeza quem deu os disparos. Mas acreditamos que todos os três estavam no cativeiro na hora do crime”, contou a delegada.

Após o assassinato, os suspeitos levaram o corpo de Poliane até a uma pedreira de Contagem, onde o corpo foi encontrado. A polícia informou três meses depois que Gisa, inclusive, estava na área aonde corpo foi encontrado quando polícia e familiares da vítima foram para lá.

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