Ibirité

Mulher que matou e escondeu filho no sofá enfrenta novo júri

O novo júri acontece após os advogados da mulher terem recorrido da primeira decisão judicial, quando ela foi condenada a 22 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver

Ter, 27/06/17 - 08h26

Começou na manhã desta terça-feira (27) o segundo julgamento de Marília Gomes, mãe e ré pela morte do garoto Keven Gomes Sobral, de 2 anos, que chegou a ser dado como desaparecido, mas foi encontrado morto três dias depois, dentro de um sofá da casa de seus tios, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. O novo júri acontece após os advogados da mulher terem recorrido da primeira decisão judicial, quando ela foi condenada a 22 anos de prisão em regime fechado por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. 

O júri, que será presidido pela juíza Daniela Cunha Pereira, 2ª Vara Criminal e de Execuções Penais, teve início às 8h na Câmara Municipal da cidade, uma vez que lá não existe um tribunal com capacidade para receber este tipo de julgamento. A previsão da magistrada é que sejam necessárias 15h até que a decisão seja proferida, uma  vez que dez testemunhas foram arroladas para serem ouvidas. 

No recurso pedindo a anulação, o advogado Marco Antônio Siqueira alegou insanidade mental de Marília e afirmou que a pena dela foi "exagerada". "Ela teria que ser julgada por homicídio culposo por imprudência, um crime que tem uma condenação que gira em torno de um a três anos de prisão. Além disso, Marília ficou internada em um manicômio judiciário por algum meses antes de ser condenada, o que também teria que ter sido contado para reduzir a pena dela. No manicômio, ela tentou suicídio seis vezes. Isso nos leva a crer que ela é uma pessoa doente, desorientada. Por isso, entrei na semana passada com um habeas corpus pedindo a soltura dela", explicou.

Marco Antônio disse que ainda que em seu recurso afirmou que houve cerceamento do direito de defesa da ré perante os jurados. "Na sala secreta de votação, o juiz deixou de apresentar quesitos de interesse da ré aos jurados", afirmou. O advogado disse ainda que vai solicitar na próxima semana que o novo julgamento não aconteça na Câmara de Ibirité. "O local não tem a menor segurança, e coloca em risco ela e as pessoas que vão participar do julgamento", explicou Siqueira.

Relembre

Presa desde 28 de julho de 2014, na penitenciária feminina Estevão Pinto, no bairro Horto, em Belo Horizonte, Marília confessou que assassinou a criança, depois que a flagrou mexendo no celular dela. Ela empurrou o menino contra a parede, porque ficou nervosa com a situação. Keven sofreu traumatismo craniano. O crime ocorreu em 24 de julho daquele ano na casa em que ela morava na cidade de Ibirité.

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