EM ABAETÉ

Mulher que matou marido afirma que apanhou por 20 anos

Quatro dias após o crime, dona de casa se entregou, foi ouvida e responderá ao processo em liberdade

Por Carolina Caetano
Publicado em 20 de março de 2018 | 18:39
 
 
Mulher mata homem por supostos agressões sofridas ao longo do casamento Foto: Polícia Civil/Divulgação

Uma mulher de 45 anos que matou o marido em Abaeté, na região Central do Estado, se entregou à Polícia Civil nessa segunda-feira (20). Ela confessou o assassinato e afirmou que não não aguentava mais ser vítima de violência doméstica. O homem já havia sido preso em data anterior justamente por agredir a companheiro.

A gota d’água ocorreu na última sexta-feira (16), quando, na frente dos vizinhos, a dona de casa e Wenderson Conceição, de 40 anos, conhecido pelo apelido de “Fedegoso”, começaram a discutir no meio da rua. “O casal sempre  brigava, ele tinha um perfil agressivo e, nesse dia da discussão, não houve nenhum motivo específico para o desentendimento”, contou o delegado Rodrigo Noronha.

Durante o atrito, conforme testemunhas contaram à Polícia Militar, a suspeita chegou a jogar um tênis contra o marido. Não satisfeita, foi até a casa da família, pegou uma faca, voltou para a rua e atingiu Fedegoso. O homem chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao ferimento. Após o crime, a mulher ainda lavou a faca e a colocou debaixo do micro-ondas. Em seguida, fugiu.

“Cheguei na delegacia na segunda de manhã e ela já estava me aguardando. Em depoimento, ela disse que era sempre agredida  e chegou nesse ponto de matá-lo. A ficha dela, aparentemente, não caiu ainda (em relação à morte). A intenção não era matar, segundo ela”, destacou o delegado.

Liberada

Após horas de depoimento, a mulher foi liberada, uma vez que o período de flagrante já havia expirado. A princípio, o delegado afirmou que não pretende pedir a prisão preventiva ou temporária da investigada, que responderá o processo em liberdade.

“Ela não é uma pessoa envolvida no crime, não vai fugir à responsabilidade criminal.  O crime foi registrado como homicídio e vamos investigar  os fatos. A Polícia Civil vai apurar se o caso se trata de uma legítima defesa ou uma execução. Devemos destacar que a solução não é fazer justiça com as próprias mãos. A mulher agredida deve procurar a delegacia e denunciar a violência”, finalizou Noronha.