"Milagre"

Mulher que teve exame de plaquetas 'zerado' volta a hospital de BH pra agradecer

O caso da massaterapeuta era tão grave que, em três ocasiões, o número de plaquetas chegou a praticamente zero

Por O TEMPO
Publicado em 16 de abril de 2024 | 17:50
 
 
Paciente ficou cinco dias na UTI Foto: Francis Campelo/Fhemig


Poucos dias após o início dos sintomas da dengue, a massoterapeuta Viviane Gomes Miranda começou a ter um sangramento. Ela procurou atendimento médico e foi transferida para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Eduardo de Menezes, onde ficou cinco dias. O caso dela era tão grave que, em três ocasiões, seu número de plaquetas chegou a zero — era tão baixo que não era possível mensurar. Curada e recuperada, ela retornou ao hospital da rede estadual, no início do mês, para agradecer a equipe médica.

“Poder voltar aqui, de onde pensei que não sairia viva, e reencontrar os profissionais que cuidaram de mim, com muito carinho e dedicação, é algo inexplicável”, destaca. A unidade é referência nos atendimentos de arbovirses.

O caso da massoterapeuta foi tão grave que ela precisou realizar três transfusões de sangue. “Eu poderia ter uma hemorragia grave a qualquer momento. Fui transferida para o CTI do Eduardo de Menezes e lá pediram alguns exames mais específicos. Daí veio o primeiro resultado com a taxa de plaquetas zerada. Fiz a primeira transfusão, subiu um pouco, mas, em outro exame, no dia seguinte, já veio zerada novamente", detalhou.

Viviane passou por um terceiro exame, que também apresentou o mesmo resultado. "A equipe do CTI ficou bastante preocupada, recebi toda assistência. Pediram mais exames para verificar se eu tinha outras infecções além da dengue, pois o quadro não estava evoluindo bem. Só na terceira transfusão, as plaquetas começaram a subir”, afirma. Além do atendimento médico da equipe, ela conta que recebeu "amor, carinho, cuidado".

Segundo o gerente do CTI do hospital, Aguinaldo Bicalho Ervilha Júnior, a "plaqueta é um tipo de célula que, entre outras, ajuda na formação dos coágulos. Quando chega a níveis muito baixos, existe uma possibilidade maior de choque hemorrágico".

Conforme o médico, a baixa contagem de plaquetas de Viviane a colocava em risco. Nesses casos, o CTI é insdispensável. “Temos observado casos de doentes graves. O paciente que precisa de CTI é porque tem algum acometimento ou iminência de acometimento de um órgão vital. E o mais importante: as arboviroses também afetam mais gravemente quem já tem outros problemas, como cardiopatas, nefropatas, imunossuprimidos. Então, acaba entrando como uma comorbidade ou um gatilho para que  a doença de base seja agravada”, esclarece Aguinaldo.

Desde o início do ano, o hospital já recebeu mais de 740 casos prováveis de dengue  — 70 deles internados em UTI.