Ribeiro de Abreu

Mulher vai à júri popular por tentar matar filha com 10 dias de vida em BH

Quando a menina tinha nove meses, ela conseguiu matá-la, e, por isso, foi condenada a 24 anos de prisão

Ter, 26/10/21 - 13h56
Julgamento ocorre nesta terça no III Tribunal do Júri | Foto: TJMG/divulgação

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O III Tribunal do Júri de Belo Horizonte julga, nesta terça-feira (26), a acusação contra Jessica Nunes Mateus, suspeita de tentar matar a filha, quando esta tinha 10 dias de vida, no bairro Ribeiro de Abreu, na região Nordeste de BH. A mulher já foi condenada a 24 anos de prisão por ter matado a criança quando ela completou nove meses.

Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público, Jéssica atingiu a menina com golpes contundentes no dia 4 de maio de 2015, no apartamento em que morava com ela.

O orgão detalhou ainda que a menina só não foi morta “por circunstâncias alheias à vontade da agente''. No dia das agressões, a suspeita ainda se trancou em um quarto com a menina, impedindo que outras pessoas pudessem socorrer o bebê.

A mulher disse à juíza Fabiana Cardoso Gomes Ferreira que tinha “problemas de cabeça”, e, que, por causa das crises, batia na filha. 

O Ministério Público pontuou que o crime foi cometido por motivo fútil e que dificultou a defesa da vítima em função da pouca idade dela. Destacou ainda que a sogra dela já havia alertado para não bater na menina, pois poderia levar a morte da criança.

Condenação anterior

Em julho de 2018, Jéssica foi condenada a 24 anos de prisão por ter matado por asfixia a menina por se incomodar com o choro dela. O crime ocorreu em 2016.

Ela foi sentenciada por homicídio triplamente qualificado - por motivo fútil, de maneira cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima.

No dia 29 de janeiro de 2016, a Jéssica matou a filha durante a manhã, quando o marido estava no trabalho, porque ficou irritada com o choro da criança. Ela teria colocado as mãos na boca e no nariz do bebê por cerca de 10 minutos até ter a certeza de que a criança havia morrido.

Em seguida, chamou o Samu e alegou a equipe médica que a filha engasgou com a mamadeira. Mas os exames da necropsia confirmaram que o caso se tratava de uma asfixia causada não pelo leite, mas sim porque alguém tapou as vias respiratórias da criança. 

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