Polícia Civil

Mutirão visa resolver inquéritos não solucionados contra mulheres

No Dia Mundial de Combate à Violência Contra a Mulher, a Polícia Civil divulgou que 2 mil casos, de 70 mil não resolvidos, já foram finalizados pelo projeto, que começou no dia 25 de agosto deste ano

Ter, 25/11/14 - 16h19

Um mutirão pretende agilizar as investigações de cerca de 74 mil processos envolvendo mulheres e que estavam paralisados em Minas Gerais. Esse esforço concentrado da Polícia Civil foi anunciado nesta terça-feira (25), Dia Mundial de Combate à Violência contra a Mulher.

De acordo com  a delegada Tânia Darc, que chefia o Departamento de Investigação, Orientação e Proteção à Família, do qual faz parte a Delega cia Especializada de Atendimento à Mulher, do total de processos, 46 mil se tratavam de inquéritos ainda não finalizados, e os outros 24 mil eram Boletins de Ocorrência que ainda não haviam sido sequer analisados.

“Assim que assumi o departamento me deparei com esta situação muito preocupante e, por isso, iniciei uma remodelagem organizacional no departamento. A partir daí institui três estratégias para agilizarmos as apurações”, disse. A primeira fase do mutirão teve início no dia 25 de agosto deste ano, quando cerca de 300 servidores foram para a rua para intimar pessoas que ainda não haviam sido ouvidas.

A segunda medida foi intimação via Correios, quando foram expedidas 3.200 intimações. A terceira e última estratégia reuniu policiais de vários outros departamentos, que intimaram por telefone, em dois dias, o total de 2 mil pessoas. “Agora vamos trabalhar muito para ouvir todas estas pessoas e dar prosseguimento nestas investigações que estavam paradas”, explicou Tania.

Ainda segundo a delegada, cerca de 3 mil inquéritos já estão com as diligências finalizadas. “A maior recompensa é ver a emoção de mulheres que pensavam que seus casos estavam esquecidos e percebem que estamos trabalhando. Para mim e para a Polícia Civil o mais importante é transmitir essa sensação de justiça, essa confiança de que estamos fazendo o possível, apesar das limitações”, finalizou.

Performance

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, em cada três mulheres no mundo, uma já foi violentada de alguma forma pelo companheiro. Com o objetivo de chamar atenção para o problema da violência contra a mulher, a artista plástica Beth Moysés trará nesta terça-feira a performance "Reconstruindo Sonhos", que foi realizada pela primeira vez no dia 25 de novembro de 2000, em São Paulo e, desde então, já passou por várias cidades do país, chegando até ao Uruguai e Espanha.

A partir das 18h30, 60 mulheres vestidas de noiva sairão pela Savassi, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e farão uma encenação fazendo referência à violência doméstica. Toda a performance será fotografada e filmada, sendo que o material será exposto na Galeria Murilo de Castro, na rua Antônio de Albuquerque, 377, no bairro Funcionários.

Atualizada às 18h34

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