Quatro facadas

Namorados matam amigo por ciúmes no Bairro Jaqueline, em BH

Jovem foi assassinado em emboscada no Venda Nova após relacionamento com amigo de infância se deteriorar por ciúmes de namoro

Qui, 10/11/16 - 19h05

Brigas, discussões, ameaças e morte. Essa foi a história do relacionamento entre dois amigos e o namorado de um deles no último ano. O motivo: o ciúme que o namoro entre os dois suspeitos, de 21 e 23 anos, causava em Gustavo Costa Fernandes, de 22 anos. Os companheiros foram presos, ontem e anteontem, respectivamente, suspeitos da morte de Fernandes, no último dia 6 de março, no bairro Jaqueline, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Amigos de infância, um dos suspeitos e Fernandes costumavam se divertir na praça Raul Soares, no centro da cidade, local onde, costumeiramente, adolescentes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) se concentram nas noites. Foi lá que os dois suspeitos passaram a namorar. “Após o início do namoro, Fernandes começou a ter ciúme do amigo e, desde então, os três passaram a se desentender. As desavenças, porém, foram aumentando e se passaram para ameaças e agressões”, contou Sérgio Paranhos, delegado responsável pelo caso.

Com o clima de animosidade entre os três, a amizade passou a ser caso de polícia. “Três meses antes do assassinato, a vítima, na companhia de outro colega, agrediu seu antigo amigo quando ele descia de um ônibus. Pelo que consta, foi agressão forte, e ele resolveu se vingar. Assim, ele passou a planejar o crime com o companheiro dele”, disse o delegado.

Por isso, no dia 6 de março, os namorados, na companhia de um menor, de 17 anos, teriam executado Fernandes. De acordo com as investigações, por volta das 23h, eles armaram uma emboscada e cercaram a vítima na porta da casa dela, onde o namorado do amigo a matou com quatro golpes de punhal no abdômen e um nas costas.

Ex-gay e evangélico

Na delegacia, o suspeito admitiu que a amizade com Fernandes estava abalada, mas disse que seu namorado o matou por ser “de estopim muito curto”.

Já o outro suspeito, que tem o nome do ex-namorado tatuado no pescoço, ameaçou matá-lo e teve que ser contido pelos policiais durante a entrevista. Ele se declarou inocente e disse que já havia se convertido a evangélico e deixado de ser gay.

Os dois suspeitos foram levados para uma unidade prisional, e responderão por homicídio qualificado. O adolescente, que estava com eles no dia do crime, responde, em liberdade, por delito análogo ao homicídio.

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