Helicóptero era o único dos Perrela

Ninguém da família Perrella será responsabilizado, diz advogado

Advogado relatou que o senador Zezé Perrella usava a aeronave esporadicamente; segundo o defensor, os delegados já disseram que os políticos não serão responsabilizados

Seg, 02/12/13 - 11h36

O helicóptero da família do senador mineiro Zezé Perrella (PDT), que foi apreendido com mais de 440 kg de pasta base de cocaína, na região Serrana do Espírito Santo (ES), no domingo (24), era a única aeronave desse tipo pertencente à família Perrella.

Segundo o advogado da família, Antônio Carlos Almeida, o deputado Gustavo Perrella (SDD), afirmou à polícia que o helicóptero era o único da família. “Zezé Perella usava o helicóptero uma vez ou outra”, informou o defensor.

“Depois que a perícia terminar, vamos pedir a devolução do helicóptero. Ninguém da família Perrella será responsabilizado. Isso já foi dito pelos delegados”, completou o advogado.

Relembre o caso

A aeronave foi apreendida com o entorpecente na zona rural de Afonso Cláudio (ES). A Polícia Militar (PM) da cidade investigava o local, que apresentava movimentação suspeita há 15 dias, e flagrou a aterrissagem. Além disso, também foram encontrados R$ 16 mil em dinheiro na aeronave. Piloto, copiloto e dois homens que receberiam a droga foram presos.

De acordo com o comandante da 2ª Cia Independente da Polícia Militar do Espírito Santo, major Flávio Santiago, há cerca de 15 dias, um empresário esteve na região metropolitana de Vitória e comprou uma propriedade no distrito de Ibicaba, pertencente a Afonso Cláudio, por cerca de R$ 150 mil, e teria quitado rapidamente, o que causou estranheza à PM.

“Policiais saíram para fazer uma investigação a respeito e se depararam com um fluxo de pessoas e veículos que não eram da região. Então, começaram a montar um cerco. Esperávamos apreender drogas e armas, mas não no nível apreendido. Buscando informações, ficamos sabendo da vinda do helicóptero”, explicou.

Ainda segundo o major, as aeronaves que costumam ir à cidade conduzem autoridades políticas ou são da Polícia Militar. Nesse domingo (24), militares fizeram campana na zona rural e avistaram o helicóptero modelo Robson 66 logo que o dia amanheceu.

“Na parte da tarde, o helicóptero foi localizado em um descampado, um local ermo de difícil acesso e até de ser visualizado. Estava com o motor funcionando. Os policias aguardaram desligar as turbinas e fizeram a abordagem”, contou Santiago.

O total de 445 kg de pasta base de cocaína, que equivale a até R$ 10 milhões, segundo cálculo da Polícia Federal (PF), possui entre 92% e 96% de pureza. A droga estava em formato de tabletes, dentro de caixas, que encheram quatro picapes Hilux da polícia. A droga era esperada por dois homens, que a transportariam em um Polo branco.

O piloto Rogério Almeida Antunes, de 36 anos, natural de Campinas (SP), o copiloto Alexandre José de Oliveira Junior, de 26 anos, natural de São Paulo (SP) e os homens que receberiam a droga, o comerciante Robson Ferreira Dias, de 56 anos, natural do Rio de Janeiro (RJ), e o jardineiro Everaldo Lopes Souza, de 37 anos, natural de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, foram presos.

Apuração

Até o momento, o delegado da Polícia Federal do Espírito Santo, Leonardo Damasceno, descarta que o deputado tenha envolvimento com a droga presa no seu helicóptero. “Não há indícios de que ele esteja envolvido no caso”, afirmou.

 

 

 

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