POSSE

Nova presidência do BDMG diz que irá contar com criatividade

A nova gestão foi empossada nesta quarta-feira e junto ao governador, apontou falhas na administração anterior

Qua, 04/03/15 - 13h26

Durante a posse do novo presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) Marco Aurélio Crocco, nesta quarta-feira (4), o governador do Estado Fernando Pimentel destacou que faltou empenho nos últimos anos em relação a gestão anterior da instituição.

"Faltou um empenho nos últimos anos nessa direção. Acho que o Estado deixou a desejar no que diz respeito em impulsionar o desenvolvimento tecnológico e da economia do desenvolvimento. Ficamos com um lacuna. Nada que não possa ser superado com apoio dessa poderosa alavanca que é o BDMG", disse.

Além disso, o governador também citou parcerias importantes com a instituição. "O BDMG tem uma vocação consolidada para o desenvolvimento, tem boas iniciativas. Temos que ampliá-las. O BDMGTEC tem duas participações importantes em indústrias de pontas que estão vindo para Minas, ele entrou como acionista. Um é a BIOMM que vai produzir insulina e produtos da indústria farmacêutica e a outra é a Unitec, antiga SIX, que vai produzir chips de computador em Ribeirão das Neves, mas ainda é pouco. Temos que incentivar esse tipo de parceria, usar a relação que o banco tem com o Codemig, com o Indi, compôr um pool de instituições do Estado para o desenvolvimento, além de manter uma expansão horizontal de microcrédito, de microempresas que são importantes".

Quando à economia, o governador se mostrou otimista, apesar de apontar os erros da gestão anterior. "Vai se resolver, herdamos uma situação difícil e isso vai ser mostrado no mês de março, e uma situação difícil administrativa também. Existem equívocos graves na gestão do Estado. Estamos mostrando isso para olhar o passado, não para jogar pedra, mas para corrigir. É um ponto de partida. Todo ano vamos fazer isso: governar com transparência", disse.

O novo presidente da instituição, Marco Aurélio Crocco, disse que a situação do BDMG é estável, apesar disso. "O banco hoje tem uma situação financeira sustentável, estável, mas diferentemente do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] nós não temos um FAT e um tesouro com a mesma capacidade do tesouro nacional. Isso impõe para nós uma capacidade de buscar recursos alternativos para alavancar nosso founding. O banco já vem fazendo isso, no ano passado começou a emitir letras financeiras, captou dinheiro na agencia Latino Americana de Fomento, tanto no BID quanto na Agência Francesa de Desenvolvimento, e através destas parcerias a agente acredita que podemos dar essa alavancada".

Ele também disse que a ação horizontal do banco deve ser mantida e que os erros não foram em relação ao banco, e sim, ao Estado. "O BDMG tem uma ação horizontal que deve ser preservada, buscando garantia, agilidade preços melhores do que outros bancos. Mas vamos tentar fazer uma diferença relativa no desenvolvimento do Estado, notadamente buscando entre os setores de tecnologia, contribuindo para diversificar nossa estrutura produtiva. O erro anterior não é em relação ao banco, mas em relação ao Estado. O banco sobreviveu durante 12 anos com o governo acreditando que o Estado não tinha um papel na economia. O governo não era desenvolvimentista. Era um banco que tinha uma opção estratégica em que o mercado resolve os problemas da economia. Isso se mostrou insuficiente e o povo de Minas deixou isso claro nas eleições. Acredito que num estado que o governo entende que a economia precisa da atuação de gentes públicos, o banco terá maior facilidade. Era incongruência", disse.

Crocco ainda enalteceu os aspectos positivos do BDMG e disse que conta com a criatividade para tocar a presidência. "O banco tem na sua carteira de empréstimo R$ 6,5 bilhões. Ano passado realizou R$ 2,5 bilhões de desembolsos. Se tornou o maior repassador de recursos do BNDES de Minas Gerais e hoje está com uma carteira de 21 mil clientes ativos. Basicamente a maior parte deles de micro e pequenas empresas. Dada a situação econômica do Estado, teremos que ser criativos. Não contamos com aporte do tesouro para realizar o nosso mandato. Existem fundos estaduais de R$ 3 bilhões que foram gradativamente, nos últimos 4 anos, fechados. Contabilmente o fundo existe, mas ele não está operando. Estamos recebendo apenas o retorno das operações que a gente fez. Vamos ter que sair no mercado de capitais, alavancar recursos. A baixa da taxa internacional de juros é boa para nós. Cria uma atratividade no Brasil e é isso que vamos buscar. Alternativas de financiamento de produtos fortaleçam a competitividade indústria mineira", finalizou. 

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