CasaCor Minas

O antigo volta a aparecer em casarão

Cômodos com pinturas originais já foram descobertos em prédio erguido no início do século XX

Ter, 25/07/17 - 03h00
Sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), local será, no futuro, sede do Museu Ferroviário | Foto: Jomar Bragança/divulgação

O casarão onde funcionou a extinta Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), que receberá a 23ª edição da CasaCor Minas, de 12 de agosto a 17 de setembro, vem passando por um processo de restauração. Sob a supervisão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o objetivo das intervenções é preparar o imóvel, construído nas primeiras duas décadas do século XX, para receber a mostra e para abrigar, futuramente, as instalações do Museu Ferroviário, entre outras atividades.

Nos últimos dias, a restauradora Maria Caldeira, uma das responsáveis pela execução de um estudo que conduzirá o processo de restauro após o evento, identificou que existem pinturas originais, em cinco cômodos do local, que estão sendo descobertas após a retirada de algumas camadas de tinta. No entanto, pode ser que tenha mais em outros espaços. As pinturas encontradas misturam tons claros e escuros, criando efeitos marmorizados e imitação de madeira.

“Ainda é muito cedo para precisarmos o estilo, a época e garantir que estas pinturas ocupam cômodos inteiros do casarão. Porém, até o final deste mês pretendo apresentar um estudo técnico sobre o que está sendo encontrado e suas características. Elas ficarão à mostra em alguns ambientes durante a CasaCor Minas”, revela Maria Caldeira.

O imóvel, que acomodará 40 ambientes da mostra, integra o conjunto arquitetônico da praça da Estação. Localizado na rua Sapucaí, 383, no bairro floresta, ele possui cerca de 4.000 metros quadrados. Depois de 13 edições ocupando imóveis tombados, o evento deste ano volta a acontecer em uma edificação que é patrimônio cultural.

Para a diretora da CasaCor Minas, Juliana Grillo, “um bem tombado possui regras de prevenção que devem ser respeitadas para que as intervenções realizadas nos ambientes não afetem a integridade das construções originais, a fim de não desconfigurar ou fazer perder a autenticidade da casa”, frisa.

Sustentabilidade. Outra preocupação dos organizadores do evento é com o descarte dos materiais que foram retirados durante o processo de restauração. De acordo com Juliana, somente na primeira fase da reforma foram retirados 128 metros cúbicos de resíduos, que tiveram uma destinação adequada.

“Desse total, retiramos 39 metros cúbicos de madeira, que foram doados para a J&E Reciclagem; nove metros cúbicos de lã de vidro, provenientes de forros, que foram doados para o projeto social Seu Vizinho, localizado no aglomerado da Serra, que também serviram para a utilização da montagem de um sistema de isolamento acústico dentro da própria CasaCor; 24 metros cúbicos de alumínio e ferro, provenientes dos forros, divisórias, eletrocalhas e luminárias, que foram destinados para reciclagem na empresa Koprum; e 48 metros cúbicos de entulho, que foram enviados para o aterro sanitário”, conta Juliana.

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