DESDE JANEIRO

ONG alega que quase 100 animais de rua foram envenenados em Uberaba

Protetoras relatam que gatos são as principais vítimas e que recebem ameças constantes de moradores

Por Felipe Castanheira
Publicado em 15 de março de 2017 | 18:35
 
 

Integrantes de uma sociedade protetora dos animais de Uberaba, no Triangulo Mineiro, estão denunciando o extermínio de animais de rua na cidade. Denise de Stefani Max, que é integrante da Sociedade Uberaense de Proteção aos Animais (Supra) e também vereadora pelo PSB, conta que desde de janeiro de 2017, aproximadamente 100 cães e gatos foram mortos envenenados.

A prefeitura alega que não há nenhum dado do departamento de controle de endemias e zoonoses  que corrobore com a informação de animais sendo mortos por envenenamento, principalmente, na totalidade informada. O governo municipal também informou que realizou contato  com entidades de defesa dos animais e alguns Pet Shops, que também desconheciam esta situação.

A advogada e ex-superintendente municipal de bem estar animal, Janaína dos Reis Coutinho Alves, conta que, entre a última quinta-feira (9) e esta segunda (13), foram aproximadamente 20 cães e gatos encontrados mortos nos bairros Parque do Mirante e Jardim do Lago.

Ela relata que as discussões entre moradores e protetores dos animais que deixam alimentação e água para os bichos de rua ocorrem desde 2013 e que ocasionalmente haviam animais envenenados. "Já foram feitas graves ameaças contra as protetoras, elas já registraram boletins de ocorrência sobre a situação, mas o problema se agravou e agora estamos vendo esse aumento no número de mortes", relata.

Ana Leonor de Oliveira é a responsável por colocar a água e a comida em alguns pontos do Parque do Mirante e Jardim do Lago, ela conta que todos os dias recebe ameaças, mas que sua colega que realiza a mesma função no horário noturno passa por situações piores. "Ela já recebeu ameças de morte. Falam de tudo pra gente, as intimidações são constantes", relata.

De acordo com Denise, os felinos são as vítimas mais frequentes. "São pessoas que são cruéis, que matam por pura maldade, só porque não gostam dos bichos", alega. Ela afirma que as pessoas que colocam alimentos são orientadas a trocar a alimentação duas vezes por dia e para deixarem os lugares limpos, mas que mesmo assim existem pessoas contrárias.

Os bairros com maior incidência de atrito com moradores são  Parque Mirante, Jardim do Lago, Conjunto Frei Eugênio,Recreio dos Bandeirantes e Jardim Marajó.

As defensoras dos animais lembram que elas apenas ajudam os bichos que foram abandonados e que é realizado um trabalho de castração para evitar o aumento da população de rua.

Por meio de nota a prefeitura informou que tem a Supra como parceira e mensalmente disponibilizada R$ 35.000 para atender aos animais que a entidade acolhe. Além disso a Secretaria de Saúde tem um projeto para obra de adequação do centro cirúrgico do canil.