Entre Rios de Minas

Para garantir ensino integral, pais pedem doação de alimentos

Com o repasse que garante a merenda dos mais de 100 alunos da Escola Estadual Expedicionário Geraldo Baeta atrasado desde março, comunidade do bairro do Castro se uniu para manter filhos em sala de aula

Qui, 27/04/17 - 19h00
A campanha "Prato Cheio" foi organizada pela própria comunidade da zona rural de Entre Rios de Minas | Foto: ARQUIVO PESSOAL / DIVULGAÇÃO

Diante da possibilidade do projeto de escola integral ser suspenso pela falta do repasse para a compra da merenda dos estudantes, os pais dos alunos da Escola Estadual Expedicionário Geraldo Baeta, no bairro do Castro, na zona rural de Entre Rios de Minas, na região Central do Estado, se juntaram em uma campanha para angariar alimentos e garantir a permanência de seus filhos por um maior período na instituição.

A escola atende cerca de 100 alunos que ficam de 7h às 17h15 na escola. Para permanecerem estudando e fazendo atividades neste horário, um café e um almoço são fornecidos, porém, desde março o projeto era tocado sem o repasse que é feito pelo governo estadual e federal, o que impossibilitou a continuidade do ensino integral.

"Em vez de perdermos esse benefício, já que sem os alimentos o horário integral seria cancelado, resolvemos nos juntar e ajudar a escola. Somos uma comunidade muito unida, não deixamos ninguém passar esse tipo de dificuldade, então queremos os nossos filhos estudando e comendo bem também", disse a mãe de um aluno, de 49 anos, que não quiser ser identificada. Segundo ela, todas as doações são bem vindas, mas eles esperam que em breve a situação seja normalizada. 

Por estar localizada em uma zona rural, a comunidade está contando com a ajuda de vários pais que são agricultores. "Felizmente estamos contando também com as doações de alimentos cultivados pelos próprios pais", conta o pai de um dos estudantes, de 32 anos. 

O TEMPO conversou com um funcionário da escola, que também não quis ter o nome divulgado, que explicou que o projeto da escola integral existe há cinco anos na instituição, e que esta é a primeira vez que o repasse atrasa. "Já foi tudo assinado pela direção, mas até hoje nada da verba chegar. E já estávamos indo para o segundo mês consecutivo dessa forma. Sem ter como dar a alimentação para as crianças, cogitamos a suspensão do projeto por um tempo", contou. 

Outro lado

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado de Educação (SEE) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os recursos destinados à alimentação escolar são provenientes do governo Federal e do Estado, que "repassa um aporte como complemento". A pasta afirmou ainda que duas das dez parcelas anuais enviadas às instituições já foram repassados para todas as escolas, "inclusive a E.E. Expedicionário Geraldo Baêta". 

Porém, ao mesmo tempo, a secretaria afirmou que os termos somente os valores referentes à União foram repassados, e que os termos para repasse já foram gerados e que a SEE atua "para que os valores pendentes sejam liberados o quanto antes". A pasta não precisou os valores repassados para alimentação às escolas do Estado. 

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