Acidente

Parte de prédio de cinco andares desaba no Barreiro

Uma família vive no prédio e, segundo eles, ninguém vivia na parte do prédio danificada pelo desabamento

Qua, 12/06/19 - 15h51
Parte da estrutura desmoronou na tarde desta quarta-feira (12) | Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação

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Parte da estrutura dos fundos de um prédio de cinco andares desabou na tarde desta quarta-feira (12) na rua Cineasta Humberto Mauro, no bairro Solar do Barreiro, na região do Barreiro. Não houve vítimas. Mesmo assim, os bombeiros deram buscas nos escombros com ajuda de cães farejadores, que foram buscados nas operações do rompimento da barragem em Brumadinho.

Na edificação vivem a proprietária, sua filha, seu genro e uma criança. Nenhum dos moradores quis falar com a reportagem de O TEMPO.

Em janeiro deste ano, a Defesa Civil de Belo Horizonte registrou um boletim de ocorrência orientando que moradores deixassem o imóvel, diante do risco de danificação ou destruição da edificação.

No entanto, como foi constatado, a família permaneceu vivendo no local. “Com certeza, as pessoas se sujeitaram ao risco vivendo no local. Poderia ter acontecido algo pior”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Jamilson Reis..

Ao ser acionado, o Corpo de Bombeiros foi informado de que moradores de rua estariam vivendo no prédio, que estaria abandonado, o que não foi confirmado.

O tenente Jamilson disse que o material usado na construção "não é de boa qualidade" e que novos andares e cômodos foram acrescidos aos poucos à estrutura inicial.

Parte dos escombros chegaram a atingir a linha férrea que fica nos fundos do prédio, onde começa o Parque Estadual da Serra do Rola Moça, mas os próprios bombeiros conseguiram retirar os vergalhões que estavam sobre a linha férrea. Mesmo assim, a empresa responsável pela estrada de ferro foi acionada.

Segundo o tenente, há informações de que a estrutura do prédio não foi bem dimensionada em relação à fundação e também às ferragens. O prédio começou a ser construído há 30 anos pelo marido da proprietária do imóvel.

“Apenas um anexo das partes dos fundos desabou. Segundo os moradores, essa parte do imóvel não era habitada. No momento do desabamento, só se encontravam a proprietária e a sua filha no imóvel e elas foram retiradas com a chegada do Corpo de Bombeiros”, disse o tenente.

Vistoria

O prédio foi vistoriado pela Defesa Civil Municipal, que fez um levantamento interno e descartou a interdição do imóvel e evacuação dos moradores vizinhos.

Os moradores do lado esquerdo do prédio foram orientados a não utilizar o quintal das suas casas. Nesta quinta-feira, engenheiros e técnicos da Defesa Civil retornarão ao local para uma nova avaliação.

A perícia da Polícia Civil também era aguardado no local para apurar as causas do desamento.

Medo

A aposentada Maria Soledade Rodrigues da Silva, de 61 anos, conta que a filha dela mora com três  filhos na casa ao lado e que, há cinco meses, convivem com o medo de desabamento do “Castelinho”, como o prédio que desabou é conhecido na vizinhança, pelo seu estilo “exótico”.

“A menina veio para alugar a casa para a minha filha e eu até falei para a minha filha não alugar. O castelinho fica ao lado e as paredes dele estavam todas rachadas e com as ferragens expostas. O meu medo era que o prédio caísse em cima da casa da minha filha. Como ela precisava de um aluguel barato, ela alugou”, conta a aposentada.

Maria Soledade garante que as antenas que ficam no telhado do prédio estão se movimentando. “As antenas eram certinhas. Depois do que aconteceu hoje (ontem), elas tombaram para cá”, disse a aposentada. “Se a antena cair, vai atingir nós todos, lá em casa”, alertou.


 


 

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