Lagoa da Pampulha

PBH inicia manejo das capivaras da Pampulha na semana que vem

Cerca de 100 roedores devem ser esterilizados na ação

Sex, 17/11/17 - 19h25

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou nesta sexta-feira que vai iniciar na próxima semana o processo de manejo das cerca de 100 capivaras que vivem na orla da lagoa da Pampulha. Os roedores serão atraídos com cana-de-açúcar para um local reservado do parque Ecológico. Depois, eles serão levados para um contêiner – que é uma espécie de bloco cirúrgico –, onde os animais serão esterilizados.

Para o veterinário Leonardo Maciel, a prefeitura vai conseguir realizar o trabalho em um ano. Conforme o veterinário, além de esterilizadas, as capivaras também receberão carrapaticida – o produto será espalhado pelos próprios roedores pelo ambiente da lagoa da Pampulha. As capivaras são hospedeiras do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa.  “Não é possível espalhar toneladas de inseticidas e contaminar a lagoa toda para tentar acabar com carrapato. Isso provocaria um desastre ambiental”, explicou o veterinário.

O secretário de Meio Ambiente de Belo Horizonte, Mário Werneck, estima que, desde a captura até a libertação dos roedores, serão 72 horas de confinamento. As capivaras serão mantidas na orla. “A gente espera fazer isso com um número de até seis por dia”, informou. O secretário acredita que o manejo será satisfatório, já que as capivaras adultas não transmitem a febre maculosa, apenas os filhotes.

Descrença

Moradores da região da Pampulha ainda desconfiam que a prefeitura vá conseguir efetivamente realizar o trabalho de manejo dos animais. “Só acredito vendo. Já participamos de seminários, entramos com representação no Ministério Público, participamos de reuniões e nada foi feito. Eles querem esperar mais pessoas morrerem”, questionou a bióloga Cláudia Costa, diretora de projetos da Associação Pro-Interesses do bairro Bandeirantes.

Em novembro deste ano, duas pessoas morreram em Contagem, na região metropolitana, em decorrência da febre maculosa. Uma das vítimas esteve na orla da lagoa da Pampulha dias antes. Em setembro de 2016, Thales Martins Cruz de 10 anos., morreu com a enfermidade após visitar o parque Ecológico.

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