Prado

PC indicia cabo da PM por matar homem com 11 tiros após briga em boate

Crime aconteceu em fevereiro deste ano, após vítima e suspeito discutirem e trocarem agressões durante um pagode

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 29 de maio de 2015 | 16:27
 
 

Um cabo da Polícia Militar (PM), de 38 anos, foi indiciado pela Polícia Civil (PC) como responsável pelo assassinado de Herick Viriato Parreiras Paulino, de 25 anos, morto na madrugada do dia 2 de fevereiro deste ano, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte, após uma discussão em uma boate. A corporação divulgou nesta sexta-feira (29) que o indiciamento se deu após análise de imagens de câmeras de segurança, campanas e infiltrações e diversas casas de show da capital. 

A Delegacia Especializada em Homicídios Sul do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi responsável pela investigação. De acordo com a delegada Ingrid Estevam, que coordenou as investigações, os envolvidos estavam em um show quando a vítima, por acidente, esbarrou em uma mulher que acompanhava o militar.

Ao ver a vítima conversando com a mulher, o acusado teria pensado que a acompanhante estaria sendo "cantada" por Herick e teve início uma discussão, que acabou evoluindo para agressões físicas. Ao perceberem a confusão, seguranças do estabelecimento apartaram a confusão e expulsaram os envolvidos separadamente para fora da casa de show, iniciando pelo PM. Nesse momento, o suspeito se identificou como policial. 

Logo em seguida, Herick também foi conduzido pelos seguranças. Enquanto caminhava em direção a seu carro, a vítima começou a descrever para o amigos o que havia acontecido. Foi então que o policial voltou e disse “cala a boca, você ainda está falando?”.  O irmão da vítima se desculpou, tentando claramente evitar outra confusão. Ainda assim, o cabo sacou a arma, uma pistola calibre 380, e efetuou um disparo contra a vítima, que o atingiu no ombro. Ele ainda tentou correr, mas foi atingido várias vezes pelas costas. Mesmo com a vítima caída, o policial seguia efetuando disparos. 

Após dez tiros, militar voltou e disparou mais uma vez

De acordo com a investigação da PC, o acusado agiu de forma fria durante a ação. Depois de ver o irmão ser baleado várias vezes, o familiar da vítima tentou intervir com suspeito, mas foi impedido por ele, que apontou a arma em sua direção. Depois de andar alguns metros, o militar retornou e ainda efetuou um outro disparo contra a vítima antes de ir embora. No total, o homem foi atingido por 11 disparos, foi socorrido pelo irmão e amigos, mas já chegou morto ao hospital. 

Depois de identificado pela equipe do DHPP, o indiciado se apresentou à polícia, confessou o crime e entregou a arma utilizada na ação. No entanto, o suspeito alega que foi ameaçado pela vítima. A versão apresentada pelo cabo, de acordo com as investigações, não coincide com as imagens colhidas na região do crime.

O policial responderá por homicídio duplamente qualificado e a delegada responsável pelas investigações irá ainda representar pelo afastamento do policial da função pública desempenhada.