Quase sete meses depois

PC terá mais 90 dias para investigar assassinato de menor em Viçosa

Adolescente, que foi até a cidade para participar de uma calourada, completaria 18 anos nesta quinta-feira (24)

Qui, 24/09/15 - 17h45

A poucos dias de completar sete meses do assassinato de Gabriel Oliveira Maciel, de 17 anos, que desapareceu no início de março deste ano após participar de uma calourada em Viçosa, na Zona da Mata, a Justiça concedeu um novo prazo de 90 dias para a Polícia Civil (PC) concluir o inquérito do caso. O garoto era morador de Ponte Nova, na mesma região, e foi até a cidade após uma jovem que seria sua namorada convencer sua mãe a deixá-lo ir, afirmando que ele ficaria em seu apartamento. 

Gabriel desapareceu no dia 6 de março após participar da festa, sendo que o seu corpo só foi encontrado já em estado de decomposição três dias depois. Desde então o delegado Felipe Peres vem investigando o caso, sem apontar até o momento qualquer culpado. De acordo com a assessoria de imprensa da PC, a delegacia fez o pedido para ampliação do prazo à Justiça na última sexta-feira (18).

No mesmo dia foi concedido um prazo de outros 90 dias para a conclusão da investigação. Ainda conforme a instituição, nesta semana o delegado já ouviu novas testemunhas e recebeu um requerimento do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pedindo algumas diligências, que serão cumpridas em breve. 

De acordo com um tio de Gabriel, que preferiu não ser identificado, a polícia está fazendo o trabalho dela. "Mas, infelizmente, está tão sigiloso que até mesmo a família tem encontrado dificuldade para obter informações da investigação. Contratamos um advogado de BH e ele desloca daqui para lá e não consegue nenhuma informação. E isso acaba sendo oneroso para a família, além da sensação de impunidade", afirmou. 

"Namorada"

Ainda conforme o parente, Gabriel, que completaria 18 anos nesta quinta-feira, não usou drogas no dia, de acordo com a necrópsia. "Ele nunca usou droga, e foi justamente essa 'namorada' quem afirmou isso, dizendo que outras pessoas comentaram que ele estaria drogado. Ele saiu de casa para ir para a festa com ela, para dormir na casa dela, e ela o deixou sozinho no local. Desde então ela não entrou em contato com a família mais, se contradisse nos depoimentos e contratou um advogado de defesa", lembra. 

Apesar de não achar que a jovem tenha participação no crime, o familiar acredita que ela possa saber mais sobre o real motivo do assassinato. "A gente não suspeita de ninguém, a única coisa que a gente sabe é que não foi assalto, não foi briga na festa, ele foi simplesmente pego e morto de uma forma violenta, tiraram suas roupas e bateram muito. Não temos nenhuma informação, mas temos a sensação de que ele possa ter sido morto por alguém que tinha envolvimento com essa moça, por ciúmes talvez", acredita o tio.

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