Brumadinho

Pelo menos 200 estão desaparecidos após rompimento de barragem

Corpo de Bombeiros fazem buscas por trabalhadores e moradores da região

Sex, 25/01/19 - 15h54

Há cerca 200 pessoas desaparecidas após o rompimento da barragem da Mina do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, segundo o Corpo de Bombeiros.  Pelo menos sete pessoas morreram. 

De acordo com o Tenente Coronel Eduardo Ângelo Gomes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres, se confirmada a suspeita, a tragédia em Brumadinho será maior e mais grave que o desastre ocorrido em Mariana, em novembro de 2015 - quando 19 pessoas morreram após o rompimento de uma barragem da Samarco, também da Vale.

“Esse rompimento (o de Brumadinho) soterrou várias estruturas da empresa. O que temos de histórico, mas não podemos confirmar ainda, é que refeitório estava cheio e (o prédio da) administração também. Segundo testemunhas, cabiam 300 pessoas nesse refeitório, aproximadamente, mas a Vale ainda não conseguiu passar a dimensão (do local), nem quantos funcionários estão desaparecidos. Mas, se isso se confirmar, nós temos uma situação muito pior em relação a número de vítimas”, afirmou. 

Ainda segundo o tenente coronel, três corpos foram retirados da lama de rejeitos. Segundo ele, a Vale informou que não há risco de rompimento da segunda barragem existente na região, que é de água. “Até o momento, três vítimas fatais e 100 pessoas resgatadas com vida. Elas estavam próximas as estruturas que foram atingidas”.

Pelo menos cinco pessoas já foram transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte. Segundo nota da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) são atendidos: dois homens com 55 anos e três mulheres de 15, 22 e 43 anos. 

As primeiras a chegarem foram as duas mulheres: Paloma Prates,  de 22 anos e uma jovem de 15 anos, essa com fratura na bacia. O estado de saúde delas é estável. 

Na entrada do hospital são retiradas as lamas dos pacientes. É grande a movimentação de pessoas querendo saber informações de parentes e amigos  eu e trabalham na mineradora.

O artesão Marcelo da Silva Godoy, de 48, está preocupado com oirmão  Leonardo da Silva Godoy,  42, que mora e trabalha na empresa. Ele já tentou diversas vezes contato com o irmão pelo celular,  mas a mensagem é que o telefone está fora de área  ou desligado .

Um motorista do Samu, que pediu para não ser identificado,  conta que ficou assustado com no cenário da tragédia. "Situação gravíssima.  A lama cobriu tudo. Tem muita gente debaixo da lama", disse. 

Segundo ele,  as equipes do Samu não têm acesso ao local da tragédia e recebe as vítimas em um ponto de apoio, trazidas pelo Corpo de Bombeiros.  "Quando chegamos lá o clima era de muitos desespero,  com vítimas sendo socorridas em caminhonetes " contou o motorista.

O desastre aconteceu por volta de 13h, no momento em que parte dos profissionais almoçava. Segundo o Corpo de Bombeiros, 30 trabalhadores que estavam no local conseguiram correr e escaparam do desastre.

Moradores precisam deixar suas casas e rio se eleva

Moradores de alguns bairros da cidade tiveram que deixar suas casas por causa dos riscos. Segundo o Corpo de Bombeiros os rejeitos atingiram o rio Paraopeba às 15h50. Prefeituras de cidades próximas emitiram alerta para o risco de elevação do rio Paraopeba, que fica próximo ao local do deastre.  

O Museu Inhotim foi fechado. O espaço estará impedido para visitação pelo menos até domingo, diz a direção da unidade.

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