Cocaína da Bolívia

PF deflagra operação Tiphon contra o tráfico internacional de drogas

Cerca de 200 policiais federais cumpriram 31 mandados de prisão preventiva e 42 de busca e apreensão em municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo

Ter, 21/02/17 - 09h07

A Polícia Federal (PF) em Juiz de Fora deflagrou, nesta terça-feira (21), a operação Tiphon, que desarticulou associA Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (21), a operação Tiphon, que desarticulou uma associação criminosa destinada ao tráfico internacional de cocaína, com operações em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A ação foi coordenada pela PF de Juiz de Fora, que há oito meses investiga o grupo, que se estabeleceu para distribuir a droga na cidade e em outros municípios da zona da mata, como Barbacena, São João Nepomuceno, Rio Novo e também eno Rio de Janeiro e Espírito Santo.

De acordo com o delegado Ronaldo Campos, responsável pela operação, cerca de 200 policiais federais cumpriram 31 mandados de prisão preventiva e 42 de busca e apreensão em diferentes cidades. Durante a manhã, pelo menos 15 integrantes do bando foram presos, mas o número pode aumentar ao longo do dia, já que outros mandatos ainda estão sendo cumpridos.

"As informações começaram a serem recolhidas em Juiz de Fora e tomaram uma proporção que atingiu diversos estados, chegando até o Mato Grosso, onde os traficantes recebiam, em São José dos Quatro Marcos, a droga que saia de San Matías, na Bolívia. O que configura tráfico internacional", explica.

O delegado conta que durante a investigação foram identificados diferentes núcleos responsáveis pela importação da cocaína. Ele acredita que o grupo tinha capacidade de movimentar uma tonelada do produto por mês, sempre usando vias terrestres. Um dos pontos distribuição foi localizado na região de Campinas (SP), que ajudava na intermediação da compra e na remessa da cocaína para Juiz de Fora.

Campos relata que apuração da polícia aponta que o grupo conta com 50 membros voltados para a atuação no transporte, armazenamento e distribuição da droga. "Se ampliarmos o alcance até os criminosos que atuam na venda de varejo, em pontos periféricos, número de envolvidos aumenta consideravelmente", explica.

A Polícia Federal avalia que o valor do quilo da droga é estimado em 1.900 dólares, o que equivale a aproximadamente R$ 6.000, o que indica que movimentando por mês quase R$ 6 milhões. Para reduzir o poder econômico da quadrilha, a justiça determinou o sequestro de todos os bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome de 36 pessoas físicas e seis pessoas jurídicas.

Um fato que chamou a atenção dos investigadores foi a utilização de veículos como meio de pagamento de grandes compras, evitando o transporte de elevadas quantias de dinheiro vivo e dando um aspecto de legalidade às atividades de venda da droga.

A PF acredita que a operação vai provocar a interrupção da atuação do grupo durante o Carnaval, já que as investigações apontaram que os traficantes não têm condições de manter o envio da cocaína sem as pessoas que foram detidas.

Campos relata que, deflagrada a primeira parte da operação, a próxima etapa terá ações mais ostensivas no combate ao grupo, graças a analise dos documentos e materiais apreendidos. ação criminosa destinada ao tráfico internacional de cocaína.

A cocaína comercializada pela associação criminosa era trazida diretamente da Bolívia, pela fronteira com o estado de Mato Grosso (MT), onde estão estabelecidos os importadores do grupo criminoso, os quais providenciavam a internalização da droga no território brasileiro, bem como seu armazenamento na região fronteiriça.

Também foi identificado um ponto focal na região de Campinas (SP), que ajudava na intermediação da compra e auxiliava a remessa da cocaína para Juiz de Fora. O núcleo estabelecido em Juiz de Fora providenciava a distribuição da droga na cidade e em outros municípios da zona da mata mineira, tais como Barbacena, São João Nepomuceno, Rio Novo, Piraúba, Guarani e Guiricema, bem como em municípios dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Fato que chamou a atenção foi a utilização de veículos como meio de pagamento de grandes compras de drogas, com o objetivo de evitar o transporte de elevadas quantias de dinheiro vivo, bem como conferir aspecto de legalidade às atividades daqueles que se envolviam com o narcotráfico.

Ainda no curso das investigações, que duraram cerca de oito meses, foram efetuadas seis apreensões de drogas (cocaína, maconha e crack), além da prisão em flagrante de sete adultos e a apreensão de uma menor.

Cerca de 200 policiais federais cumpriram 31 mandados de prisão preventiva e 42 de busca e apreensão em municípios dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Espírito Santo, todos expedidos pela 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, Juízo onde tramita a investigação.

Como tentativa de desarticular o poder econômico da quadrilha, outras medidas judiciais foram tomadas, como o sequestro de todos os bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome de 36 pessoas físicas e seis pessoas jurídicas.

O nome da operação Tiphon vem da mitologia grega. O mito de Tiphon (uma mistura de Deus e monstro) está relacionado a tudo que interfere em nossa consciência (as drogas) e nos torna incapazes de qualquer reação física para que possamos nos proteger. 

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.