PF fecha cerco a combustível adulterado

Qua, 09/11/05 - 21h13

Onze pessoas envolvidas com adulteração de combustíveis presas e seis postos de gasolina interditados. Esse foi o balanço da operação realizada pela Polícia Federal (PF) ontem em cinco cidades do Sul de Minas. Segundo a Polícia Federal, a quadrilha estava agindo no Estado há pelo menos três anos.

O grupo comprava o produto em Paulínia, interior de São Paulo, e adicionava o solvente em território mineiro. Os postos fechados estão localizados nos municípios de Poços de Caldas, Campestre, Botelhos, Nova Rezende e Varginha.

Segundo a PF, as investigações começaram há dois anos, atendendo a um pedido da Promotoria Estadual de Defesa do Consumidor, com base na coleta de combustíveis adulterados em 20 postos do Estado.

Na ocasião, o Ministério Público pediu o apoio da polícia para investigar a origem do produto e as possíveis ligações criminosas entre os postos irregulares e seus fornecedores.

Segundo o promotor Amaury da Mata, durante a fiscalização, ocorrida entre os meses de março e maio deste ano, foram coletadas amostras de combustível (gasolina, álcool, óleo diesel) nos postos revendedores, distribuidora e postos fiscais (caminhões tanque) de Minas e São Paulo.

"Os exames foram realizados no laboratório de análises da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e revelaram que seis postos estavam vendendo aos consumidores mineiros combustível adulterado. O resultado deu positivo para adulteração de gasolina com adição de solvente", disse Mata.

Segundo o promotor, o combustível analisado era comprado na distribuidora Petronac, de São Paulo.

Postos
Dos 20 postos analisados, apresentaram irregularidades o Recs Ltda e Auto Posto Coronel Ltda, em Poços de Caldas; Posto Lagoa Azul, em Campestre; Auto Posto Montana, no município de Botelhos; Posto Getúlio Vargas (também conhecido como Santo Expedito), em Varginha; e Postão MG- 446 Ltda, em Nova Resende.

Participaram da operação 88 policiais federais, promotores, fiscais da Receita Estadual e do Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon- MG). Os mandados de busca e apreensão e de prisões temporárias foram cumpridos em nove cidades de Minas e na distribuidora paulista.

Segundo a PF, os postos acusados de adulteração serão lacrados e impedidos de comercializar o produto. Seus proprietários ainda responderão pelos crimes de sonegação fiscal, formação de quadrilha e adulteração de combustíveis. As penas chegam a 15 anos de prisão.

Todos os presos serão encaminhados à Delegacia da PF em Varginha, no Sul de Minas, e ficarão à disposição da Justiça da comarca. Até o fechamento desta edição a polícia ainda ouvia testemunhas que poderiam levar a novas prisões. Os nomes das pessoas detidas não foi divulgado.

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