Quadrilha do bicho

PF monta operação para garantir segurança de testemunhas em julgamento

Operações Jackpot I e II, que desmantelou uma organização criminosa envolvida com o jogo do bicho, acabou gerando uma nova operação da PF, a Snowden

Seg, 01/09/14 - 16h49

A audiência de instrução e julgamento dos detidos pelas operações Jackpot I e II, que desmantelou uma organização criminosa envolvida com o jogo do bicho, que incluía policiais e empresários, acabou gerando uma nova operação da Polícia Federal (PF), denominada Operação Snowden, nesta segunda-feira (1º) e terça-feira (2). O objetivo é garantir a segurança de réus e testemunhas que serão ouvidos no Fórum da Justiça Estadual de Varginha, no Sul do Estado. 

Entre as testemunhas de acusação que serão ouvidas na audiência estão os “colaboradores da justiça”, pessoas que integravam a organização criminosa, mas firmaram acordo de delação premiada com o juiz, denunciando os crimes de que tinham conhecimento em troca de perdão judicial, redução da pena privativa de liberdade ou de substituição desta por pena restritiva de direitos. A operação leva este nome relembrando Edward Snowden, ex-funcionário da CIA que vazou documentos secretos de vários programas agência de segurança nacional norte-americana, 

Ainda de acordo com uma nota divulgada pela corporação, as operações Jackpot foram deflagradas em novembro de 2013, com o cumprimento de 37 mandados judiciais de prisões temporárias e de 38 mandados judiciais de buscas e apreensões, sequestro de bens móveis e imóveis; e em fevereiro de 2014, com o cumprimento de oito mandados judiciais de prisão preventiva. 

O inquérito policial relativo às operações foi concluído em março de 2014, com o indiciamento de 48 pessoas envolvidas. Os acusados irão responder pelos crimes de jogo de azar, que tem pena de quatro meses a 1 ano de prisão; lavagem de bens e valores, com pena de 3 a 10 anos; corrupção ativa/passiva, ambas podendo dar de 2 a 12 anos de prisão; e por organização criminosa que pode levar a pena de 3 a 8 anos de detenção. 

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra todos os envolvidos, sendo que ainda há sete pessoas presas preventivamente. Ainda de acordo com a PF, esta será a primeira audiência de instrução e julgamento em que se coloca em prática o dispositivo específico da Lei que trata das Organizações Criminosas, de 2013, especialmente no que tange à colaboração premiada.

Participam da operação 45 policiais federais, incluindo o Grupo Especializado em Bombas e Explosivos da PF.

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